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O confinamento devia estender-se às crianças, defende Francisco Antunes, da Faculdade de Medicina de Lisboa. O especialista em doenças infecciosas lembra que além da Covid-19 está em curso um período gripal que nos menores pode ter efeitos graves.
“As crianças em relação à gripe têm um comportamento diferente em relação à Covid-19. Particularmente em determinados grupos, elas são os principais reservatórios e transmissores da infeção. Nas crianças, contrariamente ao que acontece na Covid-19, a situação pode ser grave. O número de casos sintomáticos e a mortalidade nas crianças não tem nada a ver com aquilo que acontece na Covid-19, em que a maior parte são assintomáticas e a mortalidade é muito reduzida”, alerta Francisco Antunes.
As crianças além de mais frágeis à gripe são um grande veículo de transmissão, sublinha o especialista em doenças infecciosas.
“Por isso é que eu continuo a insistir que este confinamento, numa altura do ano em que circulam os dois vírus, deveria ser também alargado às crianças mais pequenas”, defende.
A menor vacinação das pessoas de risco levanta maior preocupação, até porque há ensaios clínicos que mostram que a vacina da gripe tem influência na Covid-19, diz Francisco Antunes.
Com o tempo frio que se faz sentir e a circulação do vírus da gripe em curso, Francisco Antunes relembra a necessidade de uma maior cobertura de população vacinada contra a gripe sazonal, que muitas vezes também mata e exige cuidados intensivos.
Este especialista fala ainda numa redução da atividade gripal muito por causa do uso de máscara e desinfeção das mãos.
Estes temas vão estar em discussão esta quarta-feira na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa que promove um “webinar” sobre "gripe e covid-19, a tempestade perfeita?".