A União das Misericórdias e a Ordem dos Médicos estão em desacordo sobre a necessidade de monitorização nos lares pela Direcção Geral da Saude, na sequência da auditoria à resposta ao surto de Reguengos de Monsaraz.
Manuel Lemos explica que, apesar de não serem unidades de saúde, grande parte da instituições dispõe de um médico ao serviço e entende por isso que, se há algo a mudar, é o tipo de lares que devemos ter no futuro
"Percebemos que é necessária uma mudança olhando para o perfil das pessoas que estão em lares, e sobretudo porque o SNS não tem acompanhado como devia, como está no pacto de cooperação, os idosos. É preciso percebermos: num lar do futuro, não só a construção e a organização do lar têm de ser diferentes como os recursos humanos também têm de ser diferentes", defende Manuel Lemos.
O presidente da União das Misericórdias defende que a lei seja alterada, mas nunca "de rajada e de forma emocional".
"Temos de verificar em que condições e com que recursos", diz à Renascença.
Lar de Reguengos de Monsaraz não cumpria as orientações da DGS, revelou auditoria
Uma auditoria da Ordem dos Médicos concluiu que o lar de Reguengos de Monsaraz não cumpria as orientações da DGS.
O bastonário da Ordem dos Médicosdefendeu que a Direção-Geral de Saúde (DGS) deve acompanhar mais de perto situações como a do lar de Reguengos de Monsaraz, onde um surto de Covid-19 matou 18 pessoas.
“É preciso que a DGS controle mais de perto estas situações que envolvem lares”, afirma o bastonário, Miguel Guimarães, em declarações à agência Lusa, sublinhando: “Nesta altura de pandemia, a DGS deveria ter mais tentáculos, mais pessoas que permitissem atuar mais longe”.