​Do banco para os microfones
13-06-2018 - 09:15

Manuel Cajuda aceitou o desafio de comentar o Mundial 2018 para a Renascença. "Farei o possível para utilizar uma fraseologia que vos permita ver o jogo e não a que vos faça entender que sei muito de futebol", compromete-se o treinador.

O convite da Renascença para “ver” e partilhar, através do som (palavras), o Campeonato do Mundo a disputar na Rússia provoca-me um orgulho sem limites. Só o simples facto de poder fazer parte desta equipa fantástica já diz tudo daquilo que vai ser a minha emoção e o meu amor em criar interesse em quem nos irá ouvir.

Mas propõe-me também uma profunda reflexão sobre a situação do “fazer” rádio, meio de comunicação eminentemente sonoro, numa sociedade onde a imagem se mostra cada vez mais relevante.

A imagem parece ser o que rege agora as nossas vidas. Seja na informação, no entretenimento, na comunicação, nada mais parece satisfazer-nos se não estivermos “casados” com a imagem, se não olharmos um conteúdo devidamente ilustrado. A imagem está cada vez mais presente. televisão, a internet, os jornais impressos, as revistas e até mesmo na comunicação corriqueira e rotineira do nosso dia a dia. Ouvir uma voz conhecida ao telefone já não nos basta, o nosso anseio é olhar a pessoa com a qual estamos a conversar.

Na internet, os chats (salas de bate-papo) perdem seus usuários, aos poucos, para os programas de conversação que permitem exibição de imagens, como o WhatsApp e o Skype, entre outros.

Desafio enorme, portanto, para esta fantástica equipa da Renascença em partilhar com os ouvintes, através do som (palavras), a imagem da classe que esperamos todos a nossa seleção venha a exibir.

A minha promessa é tentar comunicar de forma simples, porque tudo o que é simples é belo. O futebol também o é, embora complexo e totalmente imprevisível. Farei o possível para utilizar uma fraseologia que vos permita “ver” o jogo e não a que vos faça entender que sei muito de futebol.

Boa sorte, portugueses.