Como se celebrou o 1.º de maio em Portugal e no resto do mundo, em plena pandemia de Covid-19
01-05-2020 - 19:00

Manifestações com menos gente e uma distância mínima de segurança, grupos que desafiaram as proibições ou até discursos para uma multidão de carros. Em todo o mundo, muitos tentaram contornar as restrições trazidas pela pandemia de Covid-19, para celebrar o Dia do Trabalhador.

Em Portugal, o 1.º de Maio foi comemorado na rua, em várias cidades, pela CGTP, que organizou mais de 20 manifestações "simbólicas", com regras de distanciamento social.

Já a UGT decidiu não comemorar o Dia do Trabalhador ao ar livre, optando antes por divulgar mensagens de sindicalistas de todo o país nas suas redes sociais.

Na Fonte Luminosa, em Lisboa, cerca de mil sindicalistas marcaram presença na celebração do Dia do Trabalhador, respeitando as regras sanitárias e o distanciamento social.

Na sua estreia como secretária-geral da CGTP num 1.º de Maio, Isabel Camarinha alertou para uma "brutal ofensiva" contra os trabalhadores e exigiu a proibição de despedimentos durante a pandemia, bem como um horário laboral de 35 horas semanais em todos os setores para criar mais emprego.

A Avenida dos Aliados, no Porto, foi outro dos epicentros das comemorações do 1.º de Maio, que aconteceram debaixo de chuva.

Na Grécia, centenas de elementos do sindicato comunista PAME desafiaram a proibição de manifestações decretadas pelo Governo devido à pandemia da Covid-19 e concentraram-se na emblemática Praça Sintagma, em Atenas, para celebrarem o 1.º de Maio.

O lema foi “as bocas tapadas continuam a ter voz”.

Em Berlim, na Alemanha, as manifestações do 1.º de Maio foram proibidas. O governo autorizou apenas cerca de 20 pequenas manifestações na cidade de Berlim, com 20 participantes no máximo.

Cinco mil polícias foram destacados para as ruas da capital, para impedir manifestações não autorizadas.

No Brasil, um grupo de enfermeiros e técnicos da área da saúde fez uma manifestação silenciosa em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, para reforçar a necessidade de a população cumprir o isolamento social.

Os profissionais de saúde seguravam cruzes, simbolizando as mortes por coronavírus no país de Jair Bolsonaro.

Mas as restrições levaram também a criatividade. Na Noruega, o líder do Partido Trabalhista local discursou para um grupo de carros num parque de estacionamento em Lillestrøm.