Madeira. Mortágua diz que é essencial derrotar "autoritarismo" do PSD
17-09-2023 - 13:43
 • Lusa

Mariana Mortágua reafirmou que "o grande objetivo" do Bloco é voltar a "marcar presença no parlamento regional para ser uma voz ativa".

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, afirmou este domingo que derrotar "o autoritarismo" do PSD na Madeira é a "resposta essencial" para dar soluções aos madeirenses, salientando que a região tem uma elevada taxa de pobreza.

"A pior aventura, ou melhor, o pior aventureirismo na Madeira é tantos jovens terem de emigrar porque são incapazes de conseguir fazer aqui a sua vida. O pior aventureirismo na Madeira é ver casas sem saneamento básico enquanto se constroem hotéis, 'resorts', condomínios de luxo [...]. As desigualdades na Madeira tornam a vida impossível para quem cá vive e estão a expulsar os jovens", indicou.

A líder bloquista falava aos jornalistas numa iniciativa de campanha eleitoral para as legislativas regionais, que decorreu no centro do concelho de Santa Cruz.

A comitiva do Bloco, que contou também com a presença do deputado à Assembleia da República e líder parlamentar do BE Pedro Filipe Soares, percorreu o mercado municipal e algumas das principais ruas do centro do município.

Com o cabeça de lista do BE às regionais da Madeira, Roberto Almada, ao seu lado, Mariana Mortágua reafirmou que "o grande objetivo" do Bloco é voltar a "marcar presença no parlamento regional para ser uma voz ativa".

Segundo dados da Direção Regional de Estatística, a taxa de risco de pobreza ou de exclusão social em 2022, calculada com base nos rendimentos de 2021, foi de 30,2%, num universo de 250 mil habitantes, refletindo um aumento de 1,3 pontos percentuais face ao ano anterior.

Os Açores registaram o valor mais alto (30,3%), enquanto a Área Metropolitana de Lisboa sinalizou a taxa mais baixa (14,5%), sendo a média nacional de 20,1%. A Madeira já teve também o valor mais elevado do país.

Para Mariana Mortágua, "é esta a medalha que 47 anos de governação do PSD deixa nesta região".

"E, por isso, derrotar a maioria absoluta do PSD, derrotar a governação dos 47 anos de autoritarismo do PSD nesta região é a resposta essencial para dar uma solução a quem cá vive", reforçou.

A bloquista recordou que o principal problema dos jovens se prende com a habitação, sustentando que "o Funchal é a terceira cidade mais cara do país para se conseguir viver, a Madeira é a terceira região mais cara do país para se conseguir viver e os salários são os mais baixos".

"Portanto, se queremos manter a população aqui - e esta terra é tão bonita, não há razão para estar a expulsar a sua gente -- é preciso dar condições aos jovens para aqui poderem ficar", sublinhou, referindo que o partido quer "fazer parte das soluções para a Madeira".

No seu entender, não é possível combater a corrupção, as desigualdades e a pobreza na região "enquanto tão poucos grupos económicos continuam a ter tanto poder e a acumular tanta riqueza".

O BE inaugurou a sua presença na Assembleia Legislativa da Madeira em 2004, elegendo um deputado, que manteve nas eleições seguintes, e perdeu a representação em 2011. Em 2015, voltou à assembleia, com dois parlamentares, mas perdeu novamente a representação nas mais recentes eleições.

Às legislativas de 24 de setembro concorrem 13 candidaturas, que disputam os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL.

Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.