Marcelo afasta novo estado de emergência, mas admite mais restrições
02-12-2021 - 14:32
 • Renascença

Mais do que o número de novos casos diários, Presidente da República considera que “o que interessa é o número de internados, de cuidados intensivos e de mortos”.

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O Presidente da República afasta a possibilidade de decretar um novo estado de emergência, mesmo apesar da previsão de que o país chegue aos oito mil novos casos diários de Covid-19 por altura do Natal.

Em Estrasburgo, França, onde participa numa homenagem ao ex-presidente francês Valerie Giscard d'Estain, Marcelo Rebelo de Sousa disse esta quinta-feira que o que interessa é o número de internados.

“Há um ano não testávamos o que testamos hoje. Hoje há uma obrigatoriedade de testar em circunstâncias que não havia há um ano”, declarou o chefe de Estado.

Mais do que o número de novos casos diários, Marcelo Rebelo de Sousa considera que “o que interessa é o número de internados, de cuidados intensivos e de mortos”.

“Aí tem havido uma estabilidade tendencial e temos números que estão um quinto, um sexto, um oitavo em relação há um ano”, sublinha.

“É uma situação diferente. A vacinação está a ter uma adesão massiva dos portugueses e, portanto, até ao Natal, depois do Natal e em janeiro temos a via para podemos ter, diz o senhor primeiro-ministro, medidas que sejam aconselháveis, se for esse o caso”, afirma o Presidente da República.

O primeiro-ministro, António Costa, admitiu ontem a possibilidade de novas restrições, se for necessário, para travar a quinta vaga da pandemia de Covid-19.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse em entrevista à RTP que o número de novos casos diários pode duplicar até ao Natal, numa altura em que o mundo está a avaliar o impacto da nova variante Ómicron.

O vice-presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP) avisa que, se Portugal atingir oito mil casos diários de infeção por Covid-19, como perspetivou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, implica "novas medidas restritivas" e que as atuais "falharam".

"Se, de facto as medidas implementadas, não mudar a trajetória de novos casos, daqui a 14 dias, significará algum tipo de atenção redobrada e novas medidas", diz, à Renascença.