Portugal é dos países europeus mais atrasados na vacinação Covid-19?
01-02-2021 - 13:21
 • Lusa

Dados do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças colocam Portugal na retaguarda do pelotão, mas a ministra da Saúde revelou informação atualizada que coloca o país na sétima posição.

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Mais de 8,2 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 foram administradas na União Europeia (UE) desde o início da vacinação, tendo Portugal das percentagem mais baixas no que toca à primeira dose, segundo dados divulgados nesta segunda-feira. A ministra da Saúde, Marta Temido, esclareceu que se trata de informação desatualizada e que compara países em diferentes fases do processo.

Em causa está um sistema de monitorização online publicado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla inglesa), tendo como base a informação enviada pelos países e que revela que, até hoje, foram administradas 8.230.414 vacinas contra a Covid-19 na UE e no Espaço Económico Europeu.

No que toca a Portugal, o país tem neste ranking do ECDC das percentagens mais baixas relativamente à administração da primeira dose, ao fixar-se nos 1,6%, apenas superado pelos Países Baixos (1,5%), Letónia (1,1%), Chipre (0,9%) e Eslováquia (0,5%). Para a Dinamarca não é apresentada qualquer percentagem.

Segundo os dados do ECDC, Portugal já recebeu 338.290 doses de vacinas contra a Covid-19, tendo administrado 166.658 para a primeira dosagem, isto tendo de novo por base a informação prestada à agência europeia (os países apenas têm obrigação de notificar a estrutura a cada 15 dias).

Em conferência de imprensa após a divulgação do balanço do ECDC, a ministra da Saúde atualizou o número de vacinas administradas até ao momento em Portugal e esclareceu que os dados do Centro Europeu de Controlo de Doenças, que apontam para um atraso na vacinação, estão desatualizados e comparam países em fases diferentes do processo.

Até às 13h00 desta segunda-feira, 1 de fevereiro, foram administradas 340 mil vacinas em Portugal, cerca de 270 mil de primeiras doses e 70 mil de primeiras doses.

Marta Temido refere que, até domingo, Portugal tinha um valor provisório de 3,3 doses de vacinas administradas por cada 100 pessoas, "sendo o sétimo país em termos deste indicador".

De acordo com o balanço avançado pelo ministra da Saúde, até domingo, 31 de janeiro, Portugal recebeu 387.270 vacinas da Pfizer/BioNTech e 19.200 da Moderna.

A vacina da AstraZeneca, a terceira a ser aprovada pela Agência Europeia do Medicamento, vai começar a chegar a Portugal já neste mês de fevereiro. São dois lotes de 200 mil doses, com data prevista de entrega pela farmacêutica a 9 e 19 de fevereiro.

Numa informação publicada há uma semana pela Direção-Geral de Saúde nas redes sociais, era indicado que tinham sido, até essa data, administradas 249.891 vacinas em Portugal, número que incluiria a primeira e a segunda dose.

Nos dados publicados nesta segunda-feira pelo ECDC, a liderar a lista de países mais avançados na primeira dose da vacinação contra o SARS-CoV-2 está a Irlanda (11,5%), Islândia (3,8%), Malta (3,7%), Finlândia (3,1%), Eslovénia (3%) e Polónia (3%).

De momento, estão a ser administradas na UE as vacinas da Pfizer-BioNtech, que está a ser utilizada desde final de dezembro passado, e a da Moderna, em uso desde meados deste mês no espaço comunitário, ambas assentes na tecnologia do ARN mensageiro.

No final da semana passada, o regulador europeu deu "luz verde" à vacina desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca com a Universidade de Oxford, que está envolta em polémica devido aos problemas de fornecimento.

Em Portugal, têm-se também registado polémicas sobre vacinação fora dos grupos prioritários.

Em comunicado, a diretora do ECDC, Andrea Ammon, observa que este instrumento hoje divulgado para rastrear vacinas permite uma "visão quase em direto do progresso da vacinação na Europa".

"As campanhas de vacinação não devem ser vistas apenas como uma corrida para os maiores números à velocidade mais rápida [já que] à medida que o lançamento avança, as estratégias de vacinação terão de ser flexíveis e adaptáveis", vinca Andrea Ammon, apelando a uma notificação mais frequente por parte dos países.

[notícia atualizada às 20h15 - com dados avançados pela ministra da Saúde]