A batalha do PIB
16-06-2019 - 17:19

Luís Aguiar-Conraria, Nuno Botelho e Carvalho da Silva analisam a atualidade.

Como colocar Portugal a ser mais competitivo na economia e a crescer mais?

Governos, agências de rating, mercados, bancos centrais e o tecido empresarial seguem regularmente a evolução do PIB para obter pistas no processo de tomada de decisões.

Mas o PIB e o seu número contam toda a história quando é de crescimento económico que se fala? Afinal durante períodos de expansão económica quanto tempo demora até que as pessoas sintam o impacto do crescimento?

O PIB é ponto de partida para a reflexão sobre a necessidade do crescimento sustentado da economia portuguesa como exigência colectiva para alcançar a convergência com o nível de vida médio da União Europeia.

Portugal tem um “gap” de 24% e a dimensão homérica do desafio em números significa que para um crescimento médio europeu de 2% ano a economia nacional para convergir teria de crescer 3% durante 28 anos.

Num país com taxas elevadas de endividamento externo a aposta nas exportações, a atracção de investimento privado em particular de componente internacional são receitas incontornáveis da aposta no crescimento.

E a classe política será capaz de deixar calculismos de curto prazo e apostar na visão de futuro e no planeamento de longo prazo? Como compaginar items como qualidade do emprego, qualificação, inovação tecnológica e efeitos das alterações climáticas na nova economia?

O nível de transformação exigido pela economia verde requer níveis de inovação e investimento sem precedentes em quase todos os sectores. É necessário redesenhar o sistema de produção e consumo na energia, transportes, indústria e agricultura?

Estas são algumas das questões para o debate com Luís Aguiar-Conraria, professor da Universidade do Minho, Manuel Carvalho da Silva, coordenador do CES - Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto.