Ter urgências pediátricas rotativas na área de Lisboa "poderia ser uma solução"
15-10-2019 - 10:34
 • Renascença

A presidente da Câmara de Almada diz à Renascença que o problema no hospital Garcia de Orta não passa pela falta de vagas, mas pela falta de interesse dos médicos em ocupá-las.

Urgências pediátricas rotativas à noite em toda a área metropolitana de Lisboa é uma hipótese em estudo para resolver o problema da falta de pediatras que, desde abril, tem obrigado o hospital Garcia de Orta, em Almada, a fechar a urgência – como, de resto aconteceu na noite de segunda-feira.

A notícia é avançada nesta terça-feira, no programa “As Três da Manhã”, pela presidente da Câmara de Almada.

Inês de Medeiros diz que é urgente encontrar uma solução, mesmo que passe pela reorganização das urgências.

“Não sou especialista em gestão hospitalar, mas penso que poderia ser uma solução. Sei que essa questão está a ser estudada, não sei quando poderá ser implementada”, avançou, para logo focar o problema noutra questão: falta de interesse por parte dos médicos.

“O que importa realçar é que há vagas abertas para contratação de médicos pediatras, foi aberto um concurso, só que esses concursos ficaram vazios. Portanto, este é um problema mais estrutural”, afirma na Renascença.

“Neste momento, o problema não é só com as verbas, não é o facto de os concursos não estarem abertos, é falta de médicos disponíveis para essas vagas”, pelo que “temos de olhar porque é que os hospitais públicos são cada menos atrativos para médicos”.

Inês de Medeiros diz que “por enquanto, felizmente, não houve qualquer problema de maior e a passagem para o Santa Maria ou D. Estefânia tem ocorrido com relativa normalidade”, mas espera que o Ministério da Saúde encontre uma solução rapidamente para o problema.

Na noite de segunda-feira, a urgência de pediatria do hospital Garcia de Orta esteve mais uma vez fechada devido à falta de médicos, obrigando pelo menos quatro crianças a ser transferidas para hospitais de Lisboa.

O serviço voltou a funcionar nesta manhã. Não há, contudo, garantias de que não volte a fechar nos próximos dias. Ordem e sindicatos receiam que a situação se agrave no futuro.

O hospital Garcia de Orta serve uma população de 350 mil pessoas.