A dinâmica dos Dias nas Dioceses que trouxe ao país milhares de jovens nos dias que antecedem a realização da JMJ é "um tónico" que vai fazer bem à Igreja, disse neste sábado o bispo da diocese de Leiria-Fátima e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.
A alegria e “as oportunidades novas que dá a nossa juventude, nas nossas cidades é uma experiência que a gente não vai esquecer assim tão depressa e que acho que vai fazer bem a igreja como um tónico de Juventude, de esperança, e de alegria”, afirmou D. José Ornelas.
O bispo falava aos jornalistas no final da missa campal que juntou no jardim da Almuinha Grande, em Leiria, mais de 8 mil jovens de vários países, famílias de acolhimento e populares que não quiseram perder o evento.
Embora reconhecendo que “foi o culminar de uma grande canseira”, o prelado salientou que “pôs muita gente a mexer, não só os organizadores, mas também as famílias, os comités locais das paróquias e vigariarias e as dioceses.
“É altura de ver a alegria que isto traz” e celebrar na concentração em Lisboa, com o Papa, acrescentou D. José Ornelas.
“Não fiquemos no sofá do nosso egoísmo”
Já de manhã, na missa campal, o bispo tinha exortado os jovens a assumir o seu papel na construção de um “mundo novo”.
“Não fiquemos no sofá do nosso egoísmo e comodismo, levantemo-nos, como Maria, para assumir o nosso papel, para servir, para cuidar, para renovar a nossa família, a Igreja, o mundo” e “estejamos especialmente próximos daqueles que têm mais necessidade de um abraço amigo e solidário, de um coração como o Coração de Jesus”, pediu o bispo de Leiria-Fátima.
Um apelo que estendeu à Igreja.
“Jesus quer que a Sua Igreja seja mãe carinhosa, no cuidado dos mais desprotegidos”, salientou D. José Ornelas. A Igreja “tem de ser um hospital de campanha, especialista em cuidar das fragilidades: da fragilidade do planeta em que vivemos, das crianças vítimas da fome e da guerra, dos que buscam caminhos para fugir à miséria, à fome e à injustiça, dos anciãos na sua solidão”.
Para que isso aconteça, a Jornada Mundial da Juventude pode dar uma ajuda.
“Hoje, neste parque, não há cidadãos e estrangeiros: aqui todos somos irmãos e irmãs, para além da nacionalidade, cultura ou língua. A JMJ é um Pentecostes de mundo novo”.
Considerando que o encontro mundial de jovens com o Papa “é também expressão da nossa vontade e do nosso compromisso de rejeitar todas as formas de racismo, de exclusão, de exploração, abuso”, D. José Ornelas foi mais longe ao afirmar que “a JMJ é experiência de ser, em Jesus, uma mesma família, um laboratório do futuro, sonho de mundo novo, mais capaz de cuidar do planeta, mais fraterno, mais solidário, mais em paz”.
"Deus fala, mesmo sem telemóvel"
Para o bispo, “a primeira e a mais importante atitude para viver estas jornadas” é “escutar a voz de Deus”, que “fala ao nosso coração (mesmo sem telemóvel)”.
“Esta JMJ é um tempo privilegiado para escutar a voz de Deus. Na festa, no canto, na dança, nos novos conhecimentos e amizades, mas sobretudo no silêncio do coração”, acrescentou o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.
Os jovens que encheram o jardim da Almuinha Grande vieram de vários países dos quatro continentes.
A missa foi presidida por D. José Ornelas, acompanhado de 30 bispos e 300 sacerdotes de várias nacionalidades.