Na audiência-geral desta quarta-feira, Francisco fez também balanço da visita ao Canadá. “Temos de dar a cara pelos nosso erros”, afirmou o Papa, considerando que se abriu uma “nova página” na relação da Igreja com os povos indígenas.
O balanço da "peregrinação penitencial" do Papa Francisco aos povos indígenas do Canadá, pela vaticanista da Renascença Aura Miguel, que acompanhou a viagem no local.
Francisco não esqueceu o grito dos que sofrem. Em todas as ocasiões e encontros manifestou dor e pesar e todos os dias pediu perdão aos indígenas e às vítimas de abuso.
Quase a concluir a “intensa peregrinação” ao Canadá, Francisco disse que não foi como "turista", mas como "amigo" e "irmão", e que regressa a casa “muito mais enriquecido”.
Até finais do século XX, 150 mil crianças indígenas passaram pelo sistema de escolas residenciais, numa operação que "pode ser descrita como genocídio cultural". Muitas nunca voltaram a casa. Em Maskwacis, Papa prometeu total cooperação nas investigações. Desde o início da "peregrinação penitencial" de Francisco, linhas de apoio à saúde mental viram número médio de chamadas duplicar.
Interrogação foi deixada por Francisco num encontro de oração com bispos, padres e seminaristas, onde renovou o pedido de perdão às vítimas dos abusos sexuais na Igreja.
A visita de "penitência" do Papa ao Canadá decorre sob o signo do esforço de reconciliação com as comunidades indígenas após os abusos cometidos no passado em escolas católicas. Abigail Brooks, uma jovem de 23 anos, diz que além do pedido de desculpas, é preciso falar sobre os abusos sexuais e autorizar o acesso aos arquivos. Na celebração desta quinta-feira, no Québec, o Papa voltou a abordar a questão da reconciliação e declarou que "não há nada pior do que fugir perante os fracassos da vida".