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Peixes 'escolhem' o seu próprio aniversário ao decidir quando nascer

06 dez, 2024 - 05:11 • Lusa

A descoberta, divulgada esta quinta-feira na revista Science, tem implicações relevantes para a expansão do conhecimento em neurobiologia.

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Um estudo revelou que os embriões de peixe controlam ativamente o momento da sua eclosão através de uma neuro-hormona específica, que desencadeia a libertação de enzimas que dissolvem a parede do ovo.

A descoberta, divulgada esta quinta-feira na revista Science, tem implicações relevantes para a expansão do conhecimento em neurobiologia, estratégias de sobrevivência e adaptação ambiental em vertebrados, segundo os autores, da Universidade Hebraica de Jerusalém (Israel).

A investigação descreve um mecanismo neural, até agora desconhecido, que rege uma transição vital crítica para os peixes, demonstrando que os embriões não são passivos, mas controlam ativamente o seu próprio processo de eclosão, fundamental para a sua sobrevivência.

O processo de eclosão é um momento crucial para todas as espécies que põem ovos: sair demasiado cedo ou esperar demasiado tempo pode significar a morte certa de um animal recém-nascido, que não está preparado para enfrentar os desafios do mundo exterior, desde respirar até escapar dos predadores.

"A sobrevivência depende do momento perfeito para a eclosão", observaram os autores.

"E, surpreendentemente, é o próprio embrião que dita esse momento, embora até agora o mecanismo subjacente fosse desconhecido", acrescentaram.

Os investigadores descobriram que os embriões dos peixes iniciam a eclosão através de um sinal do cérebro: uma neuro-hormona chamada hormona libertadora de tirotrofina (TRH).

O TRH percorre a corrente sanguínea até uma glândula especializada e desencadeia a libertação de enzimas que dissolvem a parede do óvulo, permitindo a libertação do embrião.

Este circuito neural crítico para a eclosão forma-se pouco antes do evento e desaparece logo a seguir. E se não resultar, os embriões não conseguem libertar as enzimas, fazendo com que morram dentro do óvulo.

Os autores avançaram que vão continuar a estudar como esta neuro-hormona (TRH) e outros fatores neuroendócrinos influenciam a eclosão noutras espécies

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