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Público do MAAT aumenta e permite “programa que não tem por base grandes nomes”

27 nov, 2024 - 17:19 • Maria João Costa

A programação do MAAT para 2025 prevê exposições individuais do fotógrafo canadiano Jeff Wall, da artista suíça Miriam Cahn, do galês Cerith Wyn Evans, e uma retrospetiva do artista português Rui Moreira. O museu está em conversações com outras instituições de Belém para criar um circuito de arte.

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Os “números de afluência ao MAAT estão a subir de forma consistente”, diz Sérgio Mah, o diretor adjunto do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia e com isso justifica, na apresentação da programação para 2025 que essa “dinâmica permite construir um programa que não tem como base nomes grandes”.

Na apresentação à imprensa, esta quarta-feira, foi também avançado que o MAAT tem vindo a conversar com outras instituições culturais de Belém para criar um circuito entre museus.

A iniciativa promovida pelo Centro Cultural de Belém (CCB), explicou João Pinharanda esbarra em problemas práticos, no que toca à criação de um bilhete comum, já que os sistemas de bilhética são diferentes.

Contudo, poderá avançar na criação de um circuito de autocarro que ligue os vários espaços culturais de uma das zonas mais turísticas de Lisboa. Questionado pela Renascença, o diretor artístico do MAAT assume que esta ideia de circuito recupera um projeto antigo de António Lamas, ex-diretor do CCB.

O que vai poder ver no MAAT em 2025

O MAAT vai trazer a Lisboa pela primeira vez exposições individuais de Jeff Wall, Miriam Cahn e Cerith Wyn Evans e irá oferecer ao público também uma retrospetiva do artista português Rui Moreira.

A programação divulgada alia nomes internacionais e nacionais num total de 10 exposições que vão ocupar os vários espaços do MAAT Central e do MAAT Gallery. A primeira exposição está agendada para fevereiro e será “Transe”, uma retrospetiva do trabalho do português Rui Moreira.

Apresenta-se como “a maior exposição museológica e a primeira retrospetiva” do artista e irá reunir mais de uma centena de desenhos. João Pinharanda explica que à Renascença que o artista desenvolve “trabalhos de uma forma muito meticulosa e cuidada”.

“Há desenhos que têm três metros e que são feitos a caneta”, descreve o curador da exposição deste artista nascido no Porto e que está representado na Coleção da Arte da Fundação EDP.

Também em simultâneo abrirá uma exposição da portuguesa Ana León, uma artista do grupo dos “anos 80” que integra também artistas como Pedro Calapez, Pedro Cabrita Reis, Rui Sanches ou Rosa Carvalho. León trabalha o vídeo e o conceito de “stop motion”.

Mas o grande destaque do ano vai para a primeira exposição do fotógrafo canadiano Jeff Wall que abre em abril. O curador, Sérgio Mah, explica que irá ocupar todo o espaço do MAAT Gallery e irá apresentar “60 fotografias, de um total de 200 obras” produzidas pelo artista ao longo de mais de 40 anos.

Para junho, está prevista a abertura de outra exposição, a primeira em Portugal, da artista suíça Miriam Cahn que no edifício da Central Tejo, com a curadoria de João Pinharanda e Sérgio Mah irá dar a conhecer a sua mais recente produção de pintura e desenho.

Segundo João Pinharanda, “é uma artista muito polémica que tem uma visão dura do mundo”. De acordo com o curador, Miriam Cahn “enfrenta” o mundo “sem fechar os olhos”, mas por vezes “obriga” o seu público “a fechar os olhos perante as imagens fortes que oferece”.

Outro dos nomes estrangeiros em destaque no MAAT em 2025 é o galês Cerith Wyn Evans. A exposição que abrirá em outubro explora vários suportes, da instalação, à escultura, passando pela fotografia e o cinema.

Mais para o final do ano, o MAAT volta a apostar nos nomes portugueses, desde logo a grande exposição dedicada a Pedro Casqueiro que abrirá em novembro. É um artista que integrou com Ana Vidigal, Alda Nobre ou Madalena Coelho um dos grupos artísticos da década de 1980.

A mostra antológica de Casqueiro aposta no seu trabalho de pintura e de imagens gráficas e conta com a curadoria de João Pinharanda. Antes ainda, em outubro, no MAAT Central será apresentado o trabalho da portuguesa Margarida Correia que explora a temática do pós-colonialismo.

“A Margarida Correia faz um levantamento de algo polémico sore o Estado Novo. Ela vai olhar as enfermeiras paraquedistas do exército que tinham alguma liberdade, embora trabalhassem para um regime”, explica Pinharanda que sublinha que o catálogo vai contar com prefácio de Irene Pimentel.

Na mesma altura, o MAAT Gallery expõe o trabalho de uma artista de origem portuguesa que vive em França, Isabelle Ferreira que explora a pintura, desenho e outros objetos para falar sobre a emigração económica e o exílio.

Além destas exposições, o MAAT vai ainda promover em parceria com a Trienal de Arquitetura, a mostra Fluxes e em abril, uma exposição dos prémios Novos Artistas Fundação EDP 2024 com curadoria de Sérgio Mah, Catarina Rosendo e Luís Silva.

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