12 nov, 2024 - 13:27 • Alexandre Abrantes Neves
O diretor-executivo da Fábrica de Unicórnios lança o repto à Web Summit (WS) para “continuar relevante” e se focar mais em ser um local de contacto entre "startups" de todo o mundo.
À margem da inauguração do espaço desta plataforma de apoio a startups na conferência tecnológica, Gil Azevedo falava do presente e do futuro do evento que já vai na nona edição em Portugal. Recusou as críticas de que as chancelas da WS para o Qatar e Brasil tiram foco à versão portuguesa – “aqui há 70 mil pessoas, nos outros há 20 ou 25 mil” –, mas assumiu que ainda há caminho a fazer e sugeriu que é preciso maior ambição na estratégia da cimeira.
“Este ano, já houve aqui um forte reforço nas 'startups', por exemplo, os ‘meetups’, encontros de investidores para reforçar o apoio a nível de investimento e de ter os contactos certos, para todo o ano. E aqui é o trabalho forte que tem de ser feito pela Web Summit para se manter relevante”, apontou.
Web Summit
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Dois anos depois de criada a Fábrica dos Unicórnios (antiga Startup Lisboa), uma das principais bandeiras do mandato de Carlos Moedas na autarquia lisboeta, Gil Azevedo distancia-se das críticas que pedem um trabalho mais rápido por parte da organização. O responsável sublinha que, “em média, demora sete anos a criar” um unicórnio e que, por isso, “ainda tem confiança” de que até 2028 (ano do fim do contrato da Web Summit em Lisboa) surjam mais empresas desta categoria com ADN português.
Já sobre o anúncio desta segunda-feira de um ChatGPT “à Portuguesa”, o diretor-executivo da Fábrica de Unicórnios diz que vai colaborar com o governo na criação e lançamento do primeiro “grande modelo de linguagem” (LLM, em inglês ‘large language model’), com carimbo português e gerado a partir de inteligência artificial.
Na inauguração da banca da Fábrica de Unicórnios, participaram também o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e o ministro da Economia, Pedro Reis.
dúvidas públicas
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Confrontado pelos jornalistas com os números de vistos especiais concedidos a nómadas digitais – no primeiro ano da medida, foram cerca de 2.600 –, o ministro enumerou exemplos da “relevância de Portugal” em cimeiras do género no estrangeiro e recusou que haja uma quebra de atratividade no país.
“O que eu devo dizer é que vejo Portugal, no mundo mais volátil, como uma base segura, inovadora, com boa energia, amiga do empreendedor e a partir daqui é a capacidade de criar uma comunidade que acelera a investigação e a inovação. Eu estou confiante no posicionamento e de Portugal para o novo talento”, apontou, referindo que o Governo quer conservar esta base com taxas “cada vez mais competitivas” para erguer startups.
Já sobre o LLM, Pedro Reis recusou adiantar pormenores. Referiu apenas que “depois de lançado, o projeto vai ser agora operacionalizado e orçamentado” e que há “um compromisso definitivo” por parte do executivo em lançar o modelo no primeiro trimestre de 2025.