11 set, 2024 - 12:45 • João Malheiro
O realizador de "Grand Tour" diz que a escolha do filme para ser o candidato português aos Óscares são "boas notícias".
À Renascença, Miguel Gomes considera que outros filmes portugueses eram merecedores desta oportunidade, mas reconhece que a vitória no Festival de Cannes, na categoria de Melhor Realização, tornou a obra a "opção natural" para a candidatura portuguesa aos prémios da Academia de Cinema norte-americana.
No entanto, o cineasta admite que, apesar de ser "possível", está "cético" que seja provável convencer os elementos da indústria de Hollywood "que está bastante distante do Cinema em Portugal e do próprio filme".
"Uma coisa é Cannes, que tem muita visibilidade, contudo é um pouco mais aberto do que é normal no gosto cinematográfico e a preponderância da componente industrial de Cinema nos Estados Unidos", refere.
A uma semana de estreia nas salas portuguesas, a 19 de setembro, Miguel Gomes espera que as pessoas que vejam o filme "sejam o mais numerosas possível e estejam curiosas".
"O filme chama-se Grand Tour, porque é uma grande viagem. Não só no espaço físico, na Ásia, em que há um homem apavorado com a ideia de casamento e foge da sua noiva, passando por vários territórios. E é sempre perseguido pela sua noiva. É constituído por coisas muito diferentes", explica o realizador.
A longa-metragem de ficção foi feita em dois tempos, com uma primeira rodagem durante um périplo do realizador e de uma pequena equipa por vários países do Oriente e, mais tarde, com filmagens com os atores em estúdio, em Roma, e em Lisboa.
A 97.ª edição dos Óscares está marcada para 02 de março de 2025, em Los Angeles, nos Estados Unidos da América, sendo os nomeados revelados a 17 de janeiro.