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Descoberta nova espécie de orquídea de Madagáscar

12 mar, 2024 - 11:23 • Olímpia Mairos

Investigador que liderou o estudo que conduziu à descoberta da nova espécie alerta, no entanto, para a ameaça de extinção, “devido à destruição do seu habitat associada à exploração mineira e, potencialmente, à colheita ilegal de plantas para o lucrativo comércio internacional de orquídeas”.

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Foi descoberta uma nova espécie de orquídea de Madagáscar com um tubo de néctar que alcança os 33 centímetros (cm) de comprimento.

A descoberta foi feita por uma equipa de investigadores liderada por João Farminhão, investigador do Centre for Functional Ecology (CFE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e do Jardim Botânico da UC (JBUC), e a investigação está publicada na revista Current Biology.

“Com as suas pequenas flores de dois centímetros de comprimento, apresenta, proporcionalmente, o maior tubo floral existente entre as cerca de 370 mil espécies de plantas com flor, constituindo um novo paradigma de hiperespecialização ecológica, com grande valor para o ensino da evolução”, revela João Farminhão.

Denominada solenangis-gigante, impraedicta (imprevista em latim), a nova orquídea – explica o investigador – “é uma alusão à descoberta improvável de um novo caso de evolução independente de um esporão desmesurado e uma vénia à previsão de Darwin, que levou 130 anos a confirmar”.

A borboleta noturna Xanthopan praedicta é um dos únicos polinizadores possíveis. Além do angreco-cometa, até ao momento, só se conhecia mais duas espécies de orquídeas de Madagáscar com esporão de comprimento comparável. Desde 1965 que não se descobria uma espécie com uma adaptação tão extrema à polinização pelas borboletas de Darwin”, acrescenta.

João Farminhão alerta, no entanto, que “esta espécie encontra-se ameaçada de extinção, devido à destruição do seu habitat associada à exploração mineira e, potencialmente, à colheita ilegal de plantas para o lucrativo comércio internacional de orquídeas, acrescentando que, de forma a protegê-la da cobiça de colecionadores não foram divulgadas as coordenadas exatas dos locais onde ocorre na natureza.

Além disso, “para assegurar a sua conservação em jardins botânicos por todo o mundo e satisfazer a futura procura desta espécie em coleções particulares, iniciou-se já a produção de sementes para propagação da espécie em cultivo”, conclui.

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