10 out, 2023 - 18:48
O ensaísta e tradutor João Barrento é o vencedor do Prémio Camões 2023. O anúncio foi feito esta terça-feira pelo Ministério da Cultura.
“João Barrento foi reconhecido pelo júri como autor de uma obra relevante e singular em que avultam o ensaio e a tradução literária", destaca a tutela em comunicado.
"Em particular, as suas traduções de literatura de língua alemã, que vão da idade média à época contemporânea, e em todos os géneros literários, formam o mais consistente corpo de traduções literárias do nosso património cultural e constituem indubitavelmente um meio de enriquecimento da língua e de difusão em português das grandes obras da literatura mundial.”
O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, diz considerar João Barrento, de 83 anos, “um dos pensadores mais acutilantes da arte e da cultura em Portugal".
"O ensaio é o registo literário em que mais se tem empenhado, forma privilegiada de pensar livremente a sua relação com o mundo", lê-se no comunicado.
"Merece também destaque a sua ação enquanto dinamizador do Espaço Llansol, testemunho de uma generosa dedicação, a mesma que se reflete nas indispensáveis traduções que têm dado a conhecer, em língua portuguesa, a obra de autores tão diversos quanto Hölderlin, Goethe, Walter Benjamin ou Paul Celan.”
Professor, crítico, ensaísta e tradutor, João Barrento nasceu a 26 de abril de 1940 em Alter do Chão. Licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e publicou diversos livros de ensaio, crítica literária e crónica. Foi professor nas áreas de Literatura Alemã e Comparada e de História e Teoria da Tradução na Universidade Nova de Lisboa (1986-2002). Traduziu literatura de língua alemã, do século XVII à atualidade.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já deu os parabéns ao ensaísta João Barreto pelo Prémio Camões.
"Felicito o Prof. João Barrento pela atribuição, anunciada hoje, do Prémio Camões 2023", refere uma mensagem publicada no site da Presidência".
"O prémio reconhece uma distinta carreira académica, nomeadamente no campo da germanística e da literatura comparada; celebra o empenho de décadas em muitas e rigorosas versões dos grandes autores de língua alemã, de Goethe e Hōlderlin a Kafka, Musil, Benjamin, Celan, Heiner Müller ou Handke; e, após Eduardo Lourenço, Antonio Candido, Alberto da Costa e Silva, V. M. de Aguiar e Silva ou Silviano Santiago, reafirma o ensaio enquanto género literário, esse ensaio a que João Barrento muito justamente chamou «o género intranquilo»", sublinha Marcelo Rebelo de Sousa.
[atualizado às 19h42]