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Morreu Pierre Soulages, o pintor que fez do preto obsessão artística

26 out, 2022 - 17:27 • Reuters com redação

O pintor francês faleceu aos 102 anos e dedicou a vida a explorar a luz dentro da cor preta. É considerado o "Henry Ford" da pintura.

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O pintor francês Pierre Soulages, criador do "outrenoir", morreu aos 102 anos. O óbito foi confirmado esta quarta-feira pela direcção do museu que tem o seu nome, na cidade em que nasceu, Rodez.

Pierre Soulages nasceu em 1919 e cunhou o neologismo "outrenoir" no final da década de 1970 para descrever o seu trabalho com a cor preta e a luz, conceito que continuou a desenvolver por mais de três décadas.

O pintor, que morava em Sète (Hérault) com a esposa, também centenária, morreu na noite de terça-feira às 23h30 no hospital de Nîmes (Gard), disse à Reuters Benoît Decron, diretor do museu Soulages.

Mundialmente famoso, Pierre Soulages criou de forma notável os vitrais da abadia de Sainte-Foy de Conques (Aveyron).

O “Le Monde” escreve que a vida de Pierre Soulages “funde-se tão completamente com a obra que oferece pouco espaço para narrativas, com exceção de alguns episódios da infância e adolescência aos quais o artista e seus biógrafos atribuem o valor de pistas”.

O mesmo jornal acrescenta que falar de pintura com Soulages “nunca foi ouvi-lo explicar um sistema ou uma teoria, mas ouvi-lo explicá-la, de forma muito detalhada e precisa, muitas vezes com gestos e exemplos tirados do trabalho no atelier” .

Já o canal RFI refere-se a Soulages como o “Henry Ford da pintura”. “Para ele havia apenas uma cor, o preto, e ele passou a vida inteira a explorar a luz dentro dela".

"Adoro a autoridade do preto, a severidade, a obviedade, o radicalismo", declarou o pintor que se vestia sempre de preto.

As pinturas de Soulages estão expostas em mais de 110 museus em todo o mundo, incluindo o Guggenheim, em Nova Iorque, e a Tate Gallery de Londres, com centenas de outras no Mueu de Soulages, em Rodez, no sul de França.

No seu centenário, em dezembro de 2019, foi presenteado com uma retrospectiva no Louvre – uma rara honra para um artista vivo.

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