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Trienal de Arquitetura é “um apelo à ação” em defesa da Terra

29 set, 2022 - 09:38 • Maria João Costa

A 6ª Trienal de Arquitetura de Lisboa arranca esta quinta-feira e decorre até 5 de dezembro em vários espaços da cidade. Há 4 exposições para ver, debates para participar e diversas iniciativas que debatem o tema da Terra e que pretende lançar um repto em prol da sustentabilidade.

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Os arquitetos desenham casas, mas na Trienal de Arquitetura que hoje começa em Lisboa debate a casa comum que é o planeta. Com o tema ‘Terra’, a 6ª edição da Trienal promove a reflexão sobre questões como o ambiente, a pressão sobre os recursos, as alterações climáticas ou as desigualdades socioeconómicas.

Até 5 de dezembro, o público vai poder visitar quatro exposições, uma dezena de projetos independentes e participar em diversos debates em vários espaços culturais de Lisboa e Almada. A curadoria da edição deste ano está a cargo da dupla de arquitetos Cristina Veríssimo e Diogo Burnay, do atelier CVDB Arquitetos.

Em entrevista à Renascença, Cristina Veríssimo fala da urgência do tema. “Esta Trienal é um apelo à ação”, refere a arquiteta que indica que através das exposições vão lançar reptos temáticos “que possam servir de olhar para formas de viver que possam ser mais ecológicas e mais integradas naquilo que o planeta Terra precisa

Já esta quinta-feira é inaugura na Garagem Sul do Centro Cultural de Belém, a exposição “Ciclos - Os arquitetos que nunca deitaram nada fora” com curadoria de Pamela Prado e Pedro Ignacio Alonso. De acordo com Cristina Veríssimo, “é uma exposição que olha para os recursos do planeta”, e que inclui a participação de estudantes universitários de arquitetura.

Segundo a Trienal, Ciclos é uma exposição que “aborda o papel da arquitetura dentro dos processos intermináveis de transformação e redistribuição da matéria e expõe o encontro possível entre arquitetura e sustentabilidade, economia, património e memória”.

A mostra que ficará aberta ao público até dezembro no CCB levanta a questão da economia circular. “Uma das nossas preocupações é que o planeta é um, e que os recursos não são infinitos”, apontada o arquiteto Diogo Burnay, outro dos curadores da Trienal. Em declarações à Renascença, este responsável explica a necessidade de “reequacionar” a forma como a arquitetura é pensada.

“Tudo tem de ser reequacionado, pensando não só no seu ciclo de vida, na sua aplicação e na sua reaplicação, reutilização e transformação”, diz Burnay. A exposição, “procura promover ou despertar para uma consciencialização diferente sobre o modo como os arquitetos escolhem e especificam os materiais, pensando na sua aplicabilidade e na sua vida para além do propósito que levou a que um determinado material tenha sido escolhido”, refere.

Além da exposição do CCB, a Trienal de Arquitetura promove ainda a exposição “Retroativar” no MAAT, “Visionárias” na Culturgest e Multiplicidade no Museu Nacional de Arte Contemporânea, no Chiado.

Há também um conjunto de Projetos Independentes, em espaços como o Palácio Sinel de Cordes, as Carpintarias de São Lázaro e nas Galerias Municipais – Galeria Avenida da Índia, em Lisboa, e Casa da Cerca, em Almada.

Na edição deste ano do evento será também promovido um conjunto de conferências. “Talk, Talk, Talk” decorre de 26 a 28 de outubro na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, onde participam ativistas e arquitetos de projeção internacional.

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