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Coleção Berardo no CCB dá lugar ao Museu de Arte Contemporânea de Belém

15 set, 2022 - 15:02 • Maria João Costa

A denúncia do acordo entre o Estado e a Fundação Coleção Berardo está em curso. O empresário madeirense já interpôs duas providências cautelares. O CCB, cujo presidente é o fiel depositário da coleção de arte, já tem nome para o museu, mas ainda não preparou programação

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A Coleção Berardo no Centro Cultural de Belém (CCB) vai dar lugar ao Museu de Arte Contemporânea de Belém, foi esta quinta-feira anunciado.

A conferência de imprensa era para a apresentação da nova temporada do CCB, mas a curiosidade dos jornalistas recaiu sobre a situação da Coleção Berardo. Depois do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, ter anunciado, em maio, o fim de linha do acordo de comodato entre o Estado e Berardo, o CCB já tem nome para o novo museu, mas ainda não tem programação pensada.

Na primeira vez em que fala publicamente sobre o caso, depois do anúncio de Pedro Adão e Silva, o presidente do conselho de administração do CCB confirma que “a denúncia do acordo está em curso”. Contudo, Elísio Summavielle acrescenta que “houve duas providências cautelares que não foram aceites”.

Enquanto “fiel depositário” da coleção destinado pelo tribunal, Summavielle é prudente com as palavras. “Tenho de ter um dever de recato”, começa por dizer o presidente do CCB. O responsável prefere para já “não estabelecer calendários” quanto ao futuro museu, porque, afirma “a peleja judicial não está ainda concluída”.

O ministro da Cultura anunciou a denúncia do acordo com efeitos a 1 de janeiro de 2023, e com isso, indica Elísio Summavielle, “o módulo de exposições regressará” à tutela da Fundação CCB. Só depois será constituído o “Museu de Arte Contemporânea de Belém”.

Este é o nome provisório que a administração do CCB está a usar para se referir ao futuro museu que poderá também vir a albergar a coleção Ellipse, que pertenceu ao banqueiro João Rendeiro e que Pedro Adão e Silva confirmou que o Estado também quer adquirir.

Quanto a datas para a entrada em funcionamento do novo museu, Summavielle não quis avançar com um calendário. “Não lhe posso confirmar se será a 1 de janeiro, ou a 20 ou 30. Tudo depende. Manda a prudência que não se estabeleça já um calendário”.

Embora dê como certa a transição para o CCB, Elísio Summavielle lembra que “está tudo previso no próprio decreto-de-lei”, mas acrescenta que ainda haverá a constituição de uma “comissão liquidatária”. “Esse processo de liquidação decorrerá ao longo de 2023”, apontou o presidente do CCB.

Também na conferência de imprensa, o administrador com o pelouro da programação, Delfim Sardo, esclareceu que estão ainda a lidar com a “questão institucional”, para então depois poderem pensar na programação do futuro museu.

“Não podemos misturar as duas questões. O CCB a partir de 1 de janeiro tutela o espaço, a criação do Museu de Arte Contemporânea de Belém será depois”, indicou Delfim Sardo na conferência de imprensa desta quinta-feira no CCB em que Elísio Summavielle indicou ainda que a construção do hotel e de uma nova zona comercial no CCB vai ter de ser de novo alvo de um segundo concurso internacional, dado já terem expirado os prazos anteriores.

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