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Mil pessoas pedem atribuição do nome de pioneiro do graffiti Nomen a jardim de Lisboa

17 ago, 2022 - 16:38 • Lusa

Nuno Reis morreu este mês.

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Quase mil pessoas reivindicam a atribuição ao jardim frente ao "Mural das Amoreiras", em Lisboa, do nome de um dos pioneiros do graffiti em Portugal, Nuno Reis (Nomen), que morreu este mês.

Até às 16h00 de hoje, a petição "Atribuição do nome Nuno Reis (Nomen) ao jardim em frente ao "Mural das Amoreiras" em Lisboa", disponível na plataforma "online" Petição Pública, tinha sido subscrita por 997 pessoas.

No texto da petição, da autoria do investigador e "designer" Pedro Soares Neves, que enquanto "writer" assinava Uber, explica-se que a atribuição do nome de Nuno Reis ao jardim serviria "para o devido reconhecimento e memória da sua importância no desenvolvimento da expressão plástica no espaço público em Portugal, na área metropolitana de Lisboa e em particular no "Mural das Amoreiras" espaço no qual participou muito ativamente enquanto criador".

Na década de 1990, Nuno Reis foi um dos primeiros a pintar no "Mural das Amoreiras", considerado o primeiro "hall of fame" (geralmente legalizados, muros onde são pintadas obras mais trabalhadas) de Lisboa.

Pedro Soares Neves explicou que esta iniciativa foi aprovada pelo filho de Nuno Reis e compromete-se "em fazer chegar o pedido assinado aos órgãos competentes para a sua avaliação".

Nuno Reis morreu no dia 4 de agosto, aos 48 anos. O "writer" era mais conhecido como Nomen, mas chegou também a assinar Wize, Dega ou Gash.

Nascido em 1974 em Angola, Nuno Reis era um artista autodidata, que começou no graffiti em 1989, na zona de Carcavelos, e desde 2007 vivia em exclusivo da sua arte.

Ainda nos anos 1990 formou a "crew" PRM - Paint Rackin Mafia, que integrou "writers" como Youth, Exas e Mosaik.

Em 2012, pintou alguns murais políticos, nas Amoreiras, que receberam bastante atenção mediática. Em "Marionetas de Merkel", surgiam retratados a então chanceler alemã, Angela Merkel, o então primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, e o então ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas. Em "A lei do mais forte", Pedro Passos Coelho era o único protagonista.

O trabalho de Nomen foi apresentado em várias exposições, festivais e ruas pelo mundo.

Além de Portugal, o seu trabalho chegou a países como Espanha, França, Reino Unido, Países Baixos, Índia, Israel, Panamá e Suíça.

São desafiados a assinar a petição "todos os que concordem com a atribuição do nome Nuno Reis (Nomen) ao jardim em frente ao "Mural das Amoreiras"".

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