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"O Sangue de Cristo". Detetive de arte recupera relíquia roubada de abadia em França

12 jul, 2022 - 12:44 • Redação

O artefacto foi roubado da abadia de Fécamp, na Normandia, e devolvido ao detetive numa elaborada operação.

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Foto: Twitter/Arthur Brand
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Durante seis semanas, a Igreja Católica não soube do paradeiro de um artefacto dourado e ornamentado que alegadamente contém gotas do sangue de cristo.

Pouco antes da peregrinação que, nos últimos 1.000 anos, tem levado fiéis e curiosos à abadia de Fécamp em junho, alguém roubou a relíquia "O Sangue de Cristo", que esta semana foi recuperada por um detetive de arte holandês.

As peças foram roubadas na noite de 1 para 2 de junho da sacristia de Fécamp, na Normandia. O ladrão terá ficado dentro da abadia perto da hora de encerramento e fugido com o artefacto na manhã seguinte.

Para além da relíquia, o homem roubou outras peças de arte sacra, que acabaram por ser devolvidos a Arthur Brand numa elaborada operação.

Famoso pelo seu trabalho a recuperar peças de arte e artefactos roubados, Brand descreveu à BBC como foi contactado por email por alguém a revelar que a relíquia se encontrava na casa de um amigo do ladrão.

Quando esse amigo se apercebeu do que se tratava, passou-o à pessoa que contactaria o detetive holandês, já apelidado de "Indiana Jones do Mundo da Arte".

Antes destas peças, o holandês de 52 anos tornou-se famoso por recuperar arte roubada como as estátuas de bronze "Os Cavalos de Hitler", uma pintura de Picasso e um anel que pertenceu a Oscar Wilde.

Na resposta ao email, Brand sugeriu que deixassem as peças à sua porta e que tocassem à campainha, para evitar a potencial detenção dos envolvidos caso as tentassem devolver diretamente à abadia, explica o detetive.

"Uns dias mais tarde, pelas 22h30, a campainha tocou. Espreitei da varanda lá para fora e no escuro avistei uma caixa. Corri escadas abaixo, com medo que alguém levasse a caixa. Quando cheguei lá fora, não vi ninguém."

Ele próprio católico, o detetive holandês diz que não queria acreditar na beleza das relíquias, descrevendo o momento em que abriu a caixa como uma "autêntica experiência religiosa".

Em junho, o bispo de Le Havre, Jean Luc-Brunin, classificou o ato como um ataque inadmissível à fé dos católicos e a uma tradição que remonta ao século XII. O roubo teve lugar a menos de duas semanas da missa anual que celebra "O Sangue de Cristo".

Esta terça-feira, Brand vai entregar as peças à polícia holandesa, que ficará encarregue de as devolver à abadia de Fécamp.

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