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Presidente sobre Jorge Silva Melo. "Um dos encenadores mais emblemáticos e dinâmicos"

15 mar, 2022 - 10:01 • Olímpia Mairos

O encenador, ator, cineasta, dramaturgo e tradutor português morreu aos 73 anos no Hospital dos Lusíadas, em Lisboa, onde estava internado.

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O Presidente da República evocou esta terça-feira Jorge Silva Melo, que morreu aos 73 anos.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “não era apenas um dos encenadores mais emblemáticos e dinâmicos do teatro português”.

“Foi, a par disso, ator, dramaturgo, cineasta, professor, crítico, cronista, memorialista, bem como um homem politicamente empenhado e um descobridor de talentos e congregador de vontades”, lê-se na nota publicada no site da Presidência.

O Presidente destaca que o encenador, ator, cineasta, dramaturgo e tradutor português deixou “em diversos registos, a crónica de duas gerações, a sua e a dos atores que tanto amava; um acervo de monografias filmadas sobre artistas portugueses; e um longo trabalho sobre o teatro contemporâneo, que encenou, traduziu e editou”.

“Ninguém como ele escreveu sobre os atores portugueses ainda poucos conhecidos, ou sobre os atores portugueses de quem nos tínhamos esquecido, ninguém como ele lembrou tempos antigos que não eram saudosos mas eram de ação e de esperança”, refere Marcelo, acrescentando que Jorge Silva Melo “passou toda a vida fiel a esse propósito, entre impaciências, comoções e desencantos”.

“Presto-lhe a minha sentida homenagem”, conclui a nota.

Jorge Silva Melo nasceu em Lisboa, a 7 de agosto de 1948, fundou e dirigiu, com Luís Miguel Cintra, o Teatro da Cornucópia (1973/79), e fundou em 1995 a sociedade Artistas Unidos, de que era diretor artístico.

Estudou na London Film School, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, e estagiou em Berlim junto do encenador Peter Stein, e em Milão com Giorgio Strehler.

É autor das peças "Seis Rapazes Três Raparigas", "O Fim ou Tende Misericórdia de Nós", "Prometeu", e "O Navio dos Negros", entre outras.

No cinema, realizou as longas-metragens "Ninguém Duas Vezes" e "António, Um Rapaz de Lisboa", entre outras, além de documentários sobre a vida de artistas plásticos, como Nikias Skapinakis e Ângelo de Sousa.

Traduziu obras de Carlo Goldoni, Luigi Pirandello, Oscar Wilde, Bertolt Brecht, Georg Büchner, Lovecraft, Michelangelo Antonioni, Pier Paolo Pasolini, Heiner Müller e Harold Pinter.

O encenador, ator, cineasta, dramaturgo e tradutor português morreu aos 73 anos no Hospital dos Lusíadas, em Lisboa, onde estava internado.

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