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Arquiteto Carrilho da Graça vai requalificar museu e zona verde em Nice

22 fev, 2022 - 13:27

Projeto envolve a criação de oito hectares de espaços verdes suplementares na cidade, para ficar concluído em 2025.

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O arquiteto português João Luís Carrilho da Graça e o paisagista e urbanista francês Alexandre Chemetoff venceram um concurso de requalificação de um museu e parque urbano de Nice, em França, cujas obras deverão começar em 2023.

A notícia foi avançada hoje pelo jornal Público e, no final de janeiro, pela plataforma "online" francesa de obras públicas e edifícios TPBM, segundo a qual o projeto envolve a criação de oito hectares de espaços verdes suplementares na cidade, para ficar concluído em 2025.

O projeto vencedor irá requalificar o Museu de Arte Moderna e de Arte Contemporânea (MAMAC) e do parque urbano de Nice, cidade que entrou no ano passado para a lista de Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

De acordo com o TPBM, o projeto, cujo investimento ronda os 75 milhões de euros, será continuado pela dupla de arquitetos nesta segunda fase, depois de a primeira, concebida pelo paisagista Michel Péna, ter sido concluída em 2013.

Carrilho da graça e Alexandre Chemetoff irão, nesta fase, requalificar o MAMAC, para ampliar o seu espaço expositivo e renovar a Biblioteca Louis Nucéra, e criar uma estrutura de recolha de água da chuva para utilização no sistema de rega dos jardins, seguindo as indicações do concurso lançado pela autarquia.

"A proposta foi muito discutida pelos dois, mas agora cada um vai dedicar-se àquilo em que costuma trabalhar. Não prevejo dificuldades nenhumas, porque ele [Chemetoff] se interessa pela paisagem, a que eu costumo chamar território, como eu - como geografia, como suporte físico da cidade", disse o arquiteto ao Público.

O urbanista francês cuidará mais particularmente do paisagismo do novo trecho que vai da Rua Bourgada, a oeste, para o Palais des Expositions, renomeado para a ocasião Palais des Arts et de la Culture, a leste.

Nascido em Portalegre, em 1952, João Carrilho da Graça foi Prémio Pessoa em 2008, e é autor, entre outros projetos, da Escola Superior de Comunicação Social, concluída em 1993, Prémio Secil no ano seguinte, do Museu do Oriente, da musealização arqueológica da Praça Nova do Castelo de São Jorge e da Escola Superior de Música do Politécnico de Lisboa, entre outros projetos.

O seu projeto Portas do Mar - Espaço Público e Parque de Estacionamento, de autoria conjunta com Victor Beiramar Diniz, estava entre os 40 selecionados para a segunda fase do Prémio de Arquitetura Contemporânea da União Europeia Mies van der Rohe deste ano, organizado pela Comissão Europeia.

O projeto Portas do Mar resulta de um concurso internacional lançado em 2012 pela Câmara Municipal de Lisboa para o projeto Campo das Cebolas/Doca da Marinha.

Carrilho da Graça licenciou-se na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, em 1977 (atual Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa), ano em que iniciou a sua atividade profissional.

Foi por várias vezes nomeado para o prémio europeu de arquitetura Mies van der Rohe (1990, 1992, 1994, 1996, 2009, 2011, 2013, 2019), e distinguido com o Prémio Valmor pelo Pavilhão do Conhecimento dos Mares (1998) e pela Escola Superior de Música (2008).

Ao conjunto da sua obra foram atribuídos diversos prémios, nomeadamente o da Associação Internacional dos Críticos de Arte (AICA), em 1992, a Ordem de Mérito da República Portuguesa (1999), o título de Chevalier des Arts et des Lettres da República Francesa (2010) e a Medalha da Academia da Arquitetura de França (2012).

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