Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Covid-19

Teste negativo obrigatório também para ir ao teatro e ao cinema, diz Ministério da Cultura

22 dez, 2021 - 18:45 • Maria João Costa

Não será só para ir a um restaurante ou ficar alojado num hotel que vai precisar de ter um teste negativo à Covid-19. A partir de 25 de dezembro, também para aceder a um espetáculo de música, dança ou teatro ou ir ao cinema também terá de apresentar à porta um teste negativo.

A+ / A-

Veja também:


Já não bastava o bilhete para entrar numa sala de cinema ou de espetáculos. Tinha de ter um certificado de vacinação, mas, agora, com as novas regras decretadas pelo Governo, a partir do Natal vai também passar a ter de apresentar um teste negativo à Covid-19 para poder ir ao cinema ou entrar numa sala de espetáculos.

O Ministério da Cultura confirma à Renascença que, ao contrário do que já aconteceu no passado, desta vez não haverá qualquer redução na lotação das salas. No entanto, fonte do gabinete da ministra Graça Fonseca indica que vai ser obrigatório, de 25 de dezembro a 9 de janeiro, apresentar um teste negativo, antigénio ou PCR, à entrada.

Ao setor cultural a notícia chega na véspera de Natal, mas é o presente que ninguém queria receber. Teme-se uma quebra abrupta na afluência. Quem irá fazer um teste para ir ao cinema ou ver um espetáculo de dança questiona-se o setor cultural.

À Renascença, Pedro Borges, do Cinema Ideal de Lisboa, considera que a exigência de teste Covid “vai deixar os cinemas vazios. O responsável diz mesmo que “para os cinemas é uma péssima prenda de Natal”.

A partir de dia 25 de dezembro será necessário que os espetadores mostrem o resultado de um teste PCR feito até 72 horas antes ou um antigénio que tenha sido feito nas últimas 48 horas.

“Cada vez que alguém decide à hora de almoço que à tarde quer ir ao cinema, vai ter de ir a correr primeiro a uma farmácia fazer um teste, antes de entrar no cinema”, critica Pedro Borges que conclui, “como se prevê haverá uma quebra terrível na frequência nestas próximas duas semanas e meia”.

Pedro Borges fala num “confinamento não assumido” e vai mais longe. O responsável por uma das salas de cinema independentes de Lisboa lembra que, ainda há dias, a estreia do filme “Homem-Aranha” juntou em quatro dias 208 mil espetadores. E nos grandes cinemas, o filme foi acompanhado pelas pipocas.

“Nos cinemas dos grandes centros comerciais o problema é que continuaram a facilitar o consumo das pipocas, e a segurança cai vertiginosamente quando as pessoas tiram a máscara. Nos outros cinemas, nós entramos e até sairmos estamos protegidos e a proteger os outros sempre com máscara”, diz o também produtor da Midas Filmes.

Sobre o atual estado do cinema em Portugal, e questionado sobre os efeitos da pandemia, Pedro Borges deixa um alerta: “por cima de todos os problemas que existiram e dos custos acrescidos que houve com a situação da pandemia na rodagem de novos filmes, estamos a assistir também a uma permanente crise de tesouraria no Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), em que as transferências do Ministério das Finanças não chegam".

"Os compromissos e contratos celebrados com o ICA, ou não são cumpridos ou são sistematicamente suspensos ou atrasados. Corre-se o risco de estar a paralisar completamente a atividade do cinema em Portugal”, remata o produtor.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Hermidio R Leite
    30 dez, 2021 Águas Santas - Maia 18:44
    No Continente do Maia Shopping tinha mais gente do que havia na fila do cinema. Somente as pessoas que queriam assistir um filme tiveram que fazer teste... Santa hipocrisia!!! Eu e meus familiares (todos vacinados) tivemos que voltar para casa...
  • Wilson Lourenço
    27 dez, 2021 Leiria 07:39
    Ontem queria ver um filme no cinema, ao chegar me disseram que tinha que ter o teste do covid a mão para ser feito antes de entrar. Sai do cinema e procurei por este teste em várias farmácias e não encontrei, Fui em outro cinema ver se exigiam o mesmo, sim exigiam. Falaram para eu procurar nos mercados, enfim, procurei o bendito teste e não há. Os mesmos compradores de papel higiênico do inicio da pandemia, agora armazenam os testes de fármacia em sua casa. Ontem fiquei umas quatro horas a procura de uma coisa que exigem mas não garantem o fornecimento e nem o limite de compra por pessoa. Sinto que voltamos a ter um novo confinamento.
  • José Augusto Pereira
    23 dez, 2021 S. Paio de Oleiros 20:14
    Quer dizer, agora para ir ao cinema não basta um convite de um momento para outro. Agora vai ser preciso todo um plano cansativo: procurar uma farmácia ou laboratório onde se possa fazer o teste, ver horários para o fazer, ah pois, aqui onde vivo só há vagas para meados de Janeiro... Tudo isto vai stressar uma simples ida ao cinema... mais vale não ir, ficar em casa e optar pela pirataria (?)...

Destaques V+