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Eram balas reais. Equipa de Baldwin já se tinha queixado de falta de segurança

24 out, 2021 - 13:31 • Lusa

Condições de trabalho e questões de segurança levaram alguns elementos a pedir a demissão. No dia do acidente, Alec Baldwin foi informado de que a arma que tinha não estava carregada.

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Sete pessoas que trabalhavam num filme protagonizado por Alec Baldwin, que matou acidentalmente uma pessoa durante a rodagem, demitiram-se antes deste incidente invocando, entre outras, questões de segurança, noticiou a agência de notícias Associated Press.

Também os jornais norte-americanos “Los Angeles Times” e “The New York Times” noticiaram, citando membros da equipa do filme não identificados, que dias antes do incidente fatal, Baldwin já tinha feito dois disparos com balas reais, acidentalmente, por ter usado uma arma que lhe tinham dito que não estava carregada com munições.

Havia protestos e conflitos no seio da equipa do filme "Rust", um 'western' protagonizado e coproduzido pelo ator Alec Baldwin, quase desde o início das filmagens, no começo deste mês, em Santa Fé, no Novo México, EUA, revelou a AP no sábado, citando uma das sete pessoas que se demitiu.

A última pessoa a demitir-se, segundo o relato da agência de notícias, foi um operador de câmara, em protesto contra as condições de trabalho, incluindo as de segurança, horas antes de Alex Baldwin ter matado, na quinta-feira passada, a diretora de fotografia do filme, Halyna Hutchins, e de ter ferido o realizador, Joel Souza, por ter disparado uma arma carregada com balas reais, ao contrário da indicação que lhe tinham dado, segundo os relatos conhecidos até agora.

As fontes citadas pela AP revelaram que os protestos na equipa que trabalha no filme iam desde condições de alojamento até aos procedimentos de segurança.

Segundo a agência de notícias, são usadas por vezes armas reais nos filmes, que podem estar carregas com balas ou cartuchos de pólvora com o objetivo de produzirem um efeito mais real, existindo protocolos de segurança para a sua utilização.

Uma das pessoas que se demitiu e que falou com a AP afirmou que nunca recebeu ou assistiu à transmissão de orientações sobre a utilização das armas nas filmagens, como normalmente acontece.

Na quinta-feira, segundo os registos da investigação a que a AP teve acesso, no momento em que equipa de filmagem se preparava para ensaiar uma cena, o assistente de realização Dave Halls foi buscar uma arma de adereço que entregou a Alec Baldwin gritando a expressão ‘cold gun’, o que significa que era seguro usar a arma, por não estar carregada com munições verdadeiras.

Quando Baldwin premiu o gatilho atingiu fatalmente a diretora de fotografia e feriu o realizador.

A arma disparada era uma de três colocadas num carrinho de adereços, donde foi retirada por Halls, que a entregou a Baldwin sem saber que estava carregada com cartuchos verdadeiros, segundo os registos da investigação.

Não há ainda certezas sobre quantos cartuchos foram disparados e um invólucro foi retirado da arma depois do acidente pela responsável pelo armeiro no local de rodagem, Hannah Gutierrez. A arma foi entregue à polícia quando chegou ao local.



A agência de notícias AFP escreveu hoje que a investigação está centrada no papel de Hannah Gutierrez, a quem coube preparar as armas para serem usadas no filme, e em Dave Halls.

Não foi feita qualquer detenção ou acusação, disse um porta-voz policial citado pela AFP.

Outros acidentes como este, envolvendo balas reais em filmagens, ocorreram no passado e um deles acabou mesmo na morte do ator Brandon Lee, em 1993.

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