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​Arquitetura

Espólio de Lucio Costa, pai de Brasília, doado a Portugal

19 out, 2021 - 23:47 • Ricardo Vieira

Casa da Arquitetura, em Matosinhos, recebe 11 mil documentos guardados pelo pioneiro da arquitetura modernista entre 1910 e 1998, ano da sua morte.

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O espólio do arquiteto e urbanista brasileiro Lucio Costa, considerado o pai da cidade de Brasília, foi doado pela família à Casa da Arquitetura, em Matosinhos.

São cerca de 11 mil documentos que o pioneiro da arquitetura modernista foi guardando entre 1910 e 1998, ano da sua morte.

“O conjunto reflete, para além da trajetória profissional, também as vivências pessoais e familiares, compreendendo documentos de natureza diversa”, explica a Casa da Arquitetura, numa mensagem publicada na rede social Facebook.

O espólio do autor do Plano Piloto de Brasília contém “correspondência, artigos de jornais, recortes, revistas, cartazes, fotografias, álbuns de família, postais, mapas, plantas, esquissos, desenhos e apontamentos nos mais diversos suportes como envelopes, verso de calendários, folhas de rascunho ou cartões de visita”.

Destacam-se “cinco cadernos de anotações e esboços, num total de 305 páginas, que documentam as viagens de Lucio a Portugal, em 1948 e 1952”, refere o comunicado.

A Casa da Arquitetura também já tem ao seu cuidado o espólio do arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, vencedor do Prémio Pritzker em 2006.

Aquele espaço localizado em Matosinhos compromete-se em manter a “unicidade do espólio de Lúcio Costa, garantindo a conservação e a divulgação através da sua Plataforma Digital, que tem lançamento previsto para janeiro de 2022”.

Toda a documentação de Lucio Costa está a ser tratada e digitalizada. “Para efeitos de investigação e estudo, a Casa disponibiliza ainda imagens de grande resolução, promovendo a pesquisa e o desenvolvimento do conhecimento sobre a obra do arquiteto brasileiro”.

O espólio estava a cargo do Instituto António Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, mas foi preciso encontrar outro destino para o legado de Lucio Costa por dificuldades na manutenção do acervo.

“No Brasil não existe nenhum lugar com essa infraestrutura, reserva técnica, a capacidade de formação e cuidado do acervo. Infelizmente, não temos nada assim para a arquitetura”, disse ao jornal "Folha de S. Paulo" Julieta Sobral, neta de Lucio Costa e responsável pela gestão do processo de transferência do legado do arquiteto para Portugal.

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