Tempo
|
A+ / A-

Documentário "Summer of Soul" abre o festival IndieLisboa

21 ago, 2021 - 09:33 • Lusa

O festival termina a 6 de setembro com "Paraíso", filme de Sérgio Tréfaut, rodado no Brasil.

A+ / A-

O documentário "Summer of Soul", sobre um festival de música e a comunidade negra em Nova Iorque em 1969, abre este sábado o Festival Internacional de Cinema IndieLisboa.

"Summer of Soul", que tem como subtítulo "Quando a revolução não passou na televisão", recorda o Festival Cultural de Harlem, de celebração da música e da cultura negra, que aconteceu em 1969 em Nova Iorque, foi filmado, mas nunca exibido durante mais de 50 anos.

O realizador de "Summer of Soul", o músico Questlove, recuperou as filmagens, acrescentou-lhes depoimentos de quem esteve nesse festival, complementou com outras imagens de arquivo, traçando um retrato social e cultural da comunidade negra nos Estados Unidos em 1969.

"Summer of Soul", duplamente premiado no festival de Sundance (EUA), abre este sábado o 18.º IndieLisboa, no cinema São Jorge, volta a acontecer no final do verão, e não na primavera, por causa da pandemia.

"É marcada pela Covid-19, independentemente de nós queremos ou não, seja pelos filmes recebidos, pelas temáticas, seja pelo tempo que vivemos. As necessidades de programação servem para ser o reflexo dos seus tempos", afirmou à Lusa o programador Miguel Valverde.

Segundo Miguel Valverde, a pandemia refletiu-se também na produção de cinema português e na consequente seleção para a programação.

"Recebemos menos filmes este ano, tanto "curtas" como "longas". E a produção portuguesa, se a de "curta" não parou, e habitualmente é feita muito de forma espontânea, a de "longas" parou", assegurou.

As quatro longas em competição são "No táxi do Jack", de Susana Nobre, "Rock Bottom Riser", de Fern Silva, "Simon Chama", de Marta Sousa Ribeiro - todas exibidas em festivais internacionais - e, em estreia mundial, "Granary Squares", de Gonçalo Lamas.

Entre as "curtas" estão "Boa noite", de Catarina Ruivo, "Um quarto na cidade", de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, "Sopro", de Pocas Pascoal, "Tracing Utopia", de Catarina Sousa e Nick Tyson, e "The Shift", de Laura Carreira.

Está prevista uma retrospetiva dedicada à realizadora francesa Sarah Maldoror, que morreu em 2020, com o festival a juntar-se, assim, à discussão atual sobre colonialismos.

"Bad luck banging or loony porn", do romeno Radu Jude, Urso de Ouro em Berlim e rodado em plena pandemia, e "Nous", da francesa Alice Diop, um retrato fragmentado de quem habita nos subúrbios de Paris, também passam no IndieLisboa.

O festival termina a 6 de setembro com "Paraíso", filme de Sérgio Tréfaut, rodado no Brasil.

Em 2022, o festival deverá voltar ao calendário pré-pandemia, entre abril e maio.

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+