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​Évora

Foi residência e Paço Real. Palácio de D. Manuel reabre agora com vocação cultural

25 jun, 2021 - 12:47 • Rosário Silva

Uma conferência, uma exposição, visita guiada e um concerto por António Zambujo assinalam a reabertura do Palácio de D. Manuel, depois de dois anos em obras, e do Centro Interpretativo, a 29 de junho, feriado municipal.

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Depois de largos meses em obras de reabilitação e de um investimento de cerca de 1,3 milhões de euros, o Palácio de D. Manuel, em Évora, reabre no dia da cidade, a 29 de junho, Dia de S. Pedro.

“O Palácio de D. Manuel é um símbolo absolutamente marcante para Évora, por isso entendemos que, no contexto de um programa mais alargado de revitalização do centro histórico, devíamos olhar para vários equipamentos da cidade, entre os quais este monumento nacional”, explica o presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá.

A obra, que decorreu durante cerca de dois anos, contempla uma zona de exposição permanente localizada na sala do rés-do-chão, uma sala de exposições temporárias e uma outra de conferências, no 1.º andar, que vão complementar e enriquecer toda a programação do Palácio.

“Queremos que este seja um equipamento, com uma programação anual, que permita responder às necessidades da população, mas também de eventos nacionais e internacionais”, sublinha o autarca.

O edifício passa também a contemplar o Centro Interpretativo da cidade de Évora, que pretende, sublinha Pinto de Sá, “constituir-se como um local de “portas abertas para a população local e para quem nos visita, de modo a transmitir um conhecimento mais profundo sobre a história de Évora”, sendo “fundamental que se mantenha a memória, pois é com essa memória que podemos construir o futuro.”

O município quis retomar aquilo que em tempos já tinha acontecido, por isso foi decidido criar uma ligação direta do Palácio à Praça 1.º de Maio, além da que já existe pelo Jardim Público, estabelecendo uma ligação espacial mais próxima entre os dois locais. Também para as pessoas com mobilidade reduzida foi inserida uma plataforma elevatória.

O projeto inclui, ainda, “novas instalações sanitárias, climatização passiva de todos os pisos, insonorização da sala de conferências e sistemas de luminotecnia compatíveis com as exigências de conservação preventiva decorrentes da nova utilização do edifício”, refere uma nota enviada à Renascença.

O projeto insere-se na candidatura de Évora a Capital Europeia da Cultura, em 2027, “ainda que a extravase”, refere o presidente do município alentejano.

“Nós queremos que este edifício sirva Évora, com ou sem candidatura, mas claro, para a candidatura pensamos a requalificação de um conjunto de espaços culturais, como o Palácio ou mesmo o Teatro Garcia de Resende e, por exemplo, também, o Salão Central, abandonado há 30 anos e que estamos a recuperar”, complementa Carlos Pinto de Sá.

Para o autarca, “tudo isto responde a uma necessidade de desenvolvimento cultural e de desenvolvimento sustentável da nossa cidade.”

Inauguração celebrada com conferência, música e visita guiada

A reabertura deste monumento nacional está agendada para dia 29 de junho, Dia de S. Pedro e feriado municipal. Para assinalar a ocasião, a Câmara Municipal prepara um programa que contempla diversas atividades.

A partir das 17h00 pode contar com um primeiro momento musical, nas arcadas exteriores, pela Orquestra Juvenil de Sopros de Évora, seguindo-se a sessão comemorativa do Dia da Cidade, com a conferência “Política, Urbanidade e Cultura”, pelo Professor catedrático Carlos Fortuna, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

Além da apresentação da obra de remodelação e adaptação do Palácio de D. Manuel a Centro Interpretativo da cidade, há também lugar à inauguração da exposição “Cidade Fotografia e Património: Évora século XX”, uma visita guiada e, por fim, mais um momento musical com o grupo “Allurement Trio”.

O programa das celebrações fica completo com concerto de António Zambujo, que convida Javier Limon, no Jardim Público, às 21h30.

Recorde-se que o Palácio de D. Manuel ou, mais corretamente, a Galeria das Damas é a única construção que subsiste atualmente do antigo complexo do Paço Real de S. Francisco, mandado erigir pelo rei D. Afonso V. Habitado por vários monarcas portugueses, “foi mandado destruir em 1619, aquando da visita de Filipe III ao país, que mandou destruir o palácio em prol da comunidade”.

O Paço, rezam as crónicas, seria um dos edifícios mais notáveis do reino, tendo como principais construções o claustro da Renascença, a Sala da Rainha, o refeitório e a biblioteca régia, sendo esta uma das primeiras do país.

A Galeria das Damas tendo sido alvo de diversas intervenções de remodelação e conservação, sendo a última de meados do séc. XX.

A construção do Palácio de D. Manuel, atualmente com vocação cultural, terá começado no século XIV. O edifício enquadrava-se, então, num complexo único que abrangia um convento, a Igreja de S. Francisco e o Paço Real.
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