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1932-2020

Morreu Quino, o criador da banda desenhada Mafalda

30 set, 2020 - 16:09 • Redação, Pedro Mesquita e Lusa

O autor argentino faleceu esta quarta-feira em Mendoza, na sua terra natal. Obra fica marcada pelo humor corrosivo e negro sobre a realidade social e política.

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Morreu Quino, o criador de Mafalda, a famosa e rebelde personagem de banda desenhada. O historiador gráfico e inovador das histórias aos quadradinhos tinha 88 anos.

O autor argentino faleceu esta quarta-feira em Mendoza, na sua terra natal.

Filho de espanhóis, nascido em 1932, Joaquín Salvador Lavado, conhecido como Quino, desenhou e publicou vários livros de desenho gráfico para um público mais adulto, nos quais predomina um humor corrosivo e negro sobre a realidade social e política.

Mas ficou célebre por uma personagem que se tornou numa das mais improváveis comentadoras políticas da atualidade, Mafalda, que surgiu pela primeira vez em 1964.

Quino deixou de desenhar Mafalda em 1973, mas o interesse pela personagem perdura até hoje.

Em 2014, venceu o Prémio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades.


Mafalda. A miúda "insubmissa e contestatária" de Quino
Mafalda. A miúda "insubmissa e contestatária" de Quino (Reportagem publicada originalmente a 27 de setembro de 2014, nos 50 anos de "Mafalda")

Adeus ao "filósofo do desenho"

Em declarações à Renascença, o ilustrador Nuno Saraiva recorda Quino como um filósofo do desenho.

“Definiria o Quino como um filósofo do desenho. Já tivemos muitos desenhadores que filosofavam e filósofos que, se calhar, gostariam de traçar algumas coisas, mas acho que o Quino é, realmente, aquele autor de banda desenhada, ilustração e cartoon político que nos apresenta a filosofia e o pensamento através dos desenhos.”

Nuno Saraiva faz uma retrospetiva da vida do criador de Mafalda, para recordar como era difícil trabalhar em plena ditadura militar.

“É importante também frisar que, sendo ele um argentino, vive nos tempos da ditadura militar argentina e foi um desenhador que viveu tempos difíceis. Era muito complicado exprimir as suas opiniões através do traço”, sublinha Nuno Saraiva.

[notícia atualizada]

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