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“Não cancelem a Cultura” pedem 1.600 autores e artistas em carta aberta ao Governo

08 abr, 2020 - 16:57 • Maria João Costa

Autores, artistas e profissionais do espetáculo pedem a António Costa, Graça Fonseca e deputados medidas excecionais de apoio à cultura

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António Zambujo, Camané, Capicua, Fernando Daniel, Jorge Palma ou Pedro Abrunhosa estão entre os signatários da carta aberta que seguiu para a caixa de correio do primeiro-ministro, ministra da cultura e deputados da Assembleia da República. Mil e 600 artistas e autores pedem aos governantes e políticos que “seja prestado apoio à comunidade criativa e artística”.

Com o apoio da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), da Cooperativa Gestão dos Direitos dos Artistas (GDA) e da AUDIOGEST (Associação de gestão de direitos de produtores fonográficos) que representa estes profissionais foi lançada a carta aberta. Na missiva pode ler-se: “É um contrassenso acreditar que todos estes profissionais do espetáculo podem exercer a sua atividade sem que o espetáculo exista”

Afetados pelo estado de emergência que obrigou à paragem da atividade no setor cultural estão artistas, autores, bem como “milhares de técnicos (de som, de luz, de palco, cenógrafos, produtores, assistentes de produção, roadies e tantos outros) que se encontram sem qualquer rendimento”, inúmera a carta.

A missiva também assinada por artistas como Ana Bacalhau, Agir, Luís Represas, Rodrigo Leão, Mafalda Veiga ou Sérgio Godinho refere que as medidas anunciadas pelo Governo até agora, são “insuficientes” e pedem que seja feito “mais e melhor”

Autores, artistas e profissionais de artes performativas pedem assim ao executivo de Costa que “para além da criação de um fundo de emergência e apoio ao sector da cultura, garanta que as entidades públicas contratantes procedam a pagamentos no caso de cancelamento ou adiantamento”

O vídeo que preparam mostra o rosto de vários promotores de espetáculos e artistas a pedirem “Não Cancelem a Cultura”. Estes profissionais querem que seja estabelecido “um prazo para o reagendamento dos espetáculos ou eventos” e pedem “que os valores pagos a título de adiantamento ou pagamento parcial sejam distribuídos pela cadeia de valor aos profissionais”.

Entre os nomes que assinam a carta aberta constam ainda Ana Moura, Boss Ac, Carlão, Cláudia Pascoal, David Fonseca, Dino D’Santiago, Fingertips, Frankie Chavez, Inês Laginha, Isaura, Joel Silva (HMB), Lena D’Água, Marisa Liz, Nelson Freitas, Rita Guerra, Rita Redshoes, Salvador Sobral ou Samuel Úria.

GDA cria fundo, Ministério da Cultura e Gulbenkian têm linha de apoio

A GDA já tinha anunciado esta semana a criação de um fundo de um milhão de euros “para assegurar «necessidades essenciais» aos artistas”.

Em comunicado, a Cooperativa explica que “500 mil euros serão aplicados de imediato pela própria GDA, outros 500 mil para integrar um fundo maior, aberto a outras participações e destinado a artistas e a outros profissionais do espetáculo e do audiovisual”.

A GDA anuncia que irá adiantar, já em abril e maio, cerca de 50% dos direitos de propriedade intelectual do audiovisual e dos músicos de 2019.

Também o Ministério da Cultura tinha criado uma linha de apoio de emergência no valor total de um milhão de euros. Cada projeto poderá ter um apoio até 20 mil euros, no caso de entidades artísticas, e até 2.500 euros, no caso artistas.

A Fundação Calouste Gulbenkian também criou uma linha de apoio à cultura destinada ás Artes Visuais, Dança, Música e Teatro. Com um montante que vão de 20 mil euros a 2.500 euros, este fundo é para artistas, técnicos e demais profissionais especializados, bem como instituições privadas sem fins lucrativos de produção artística.

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