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Visitas temáticas em São Vicente de Fora para olhar o espaço e a história de vários ângulos

27 ago, 2019 - 12:44 • Ana Catarina André

Há sessões sobre as fábulas de La Fontaine, o quotidiano dos monges que ali viveram e a história do Patriarcado de Lisboa ou da dinastia dos Bragança.

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Na Idade Média, cada uma das alas do claustro do Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa, tinha uma função. A norte, os monges copiavam escritos antigos e a sul, junto ao poço, faziam a tonsura, o corte de cabelo celebrizado por Santo António. “Na zona poente, os noviços tinham aulas e, ao centro, havia uma enfermaria”, explica Joana Santos, coordenadora do museu integrado neste monumento.

Esta é uma das histórias incluída nas visitas temáticas ao mosteiro que começaram este mês de Agosto. Há sessões sobre temas tão diferentes, como os costumes, a literatura e a monarquia. A partir de setembro, estas visitas acontecem mensalmente, no último sábado de cada mês.

“Fizemos duas este mês: uma sobre o Panteão Real e outra sobre quotidiano dos monges que aqui viveram. Temos vários temas: dos azulejos do mosteiro, aos enterros em São Vicente, passando pela história do patriarcado e pelas fábulas de La Fontaine”, diz a responsável.

“Muitas pessoas não sabem que é aqui que estão os túmulos dos últimos reis de Portugal e de quase todos os Patriarcas de Lisboa.”

Há também uma colecção de paramentos e objetos religiosos que contam parte da história da Igreja portuguesa. No piso superior, por exemplo, os azulejos dedicados às fábulas do escritor francês do séc. XVII são o mote para uma incursão literária.

“Os painéis vieram para o mosteiro no fim do séc. XVII. São 38 fábulas. Porquê este tema? Não temos resposta ainda”, diz Joana Santos. “É muito curioso. Apesar de não serem temas religiosos, a mensagem de cada uma das histórias não vai de todo contra a mensagem de Cristo.”

Além destas iniciativas mensais, que têm um custo de sete euros para adultos, realizam-se todas as terças-feiras visitas gerais a este mosteiro dedicado ao padroeiro da cidade. A partir de setembro, arrancam também as sessões para escolas. Em todas, há sempre a possibilidade de subir ao terraço e apreciar a vista sobre o rio Tejo.

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