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“Tirem a Eurovisão de Israel”. O apelo de Peter Gabriel, Roger Waters e outros artistas à BBC

30 jan, 2019 - 19:01 • Redação com Lusa

Artistas britânicos pedem à BBC que pressione a organização da Eurovisão para retirar o evento a Israel, lembrando a “sistemática violação dos direitos humanos” naquele país.

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Israel. Primeiro-ministro faz a “dança da galinha”
Recorde o momento em que o primeiro-ministro israelita fez a “dança da galinha”, após a vitória de Israel na final da Eurovisão, em Lisboa

Os músicos Peter Gabriel e Roger Waters, a designer de moda Vivienne Westwood e o realizador Mike Leigh são alguns dos artistas britânicos que estão a insurgir-se contra a realização da Eurovisão em Israel, tendo em conta a “sistemática violação dos direitos humanos dos palestinianos” por parte daquele país.

51 artistas de diversas áreas, da música à moda e à arquitetura, assinaram uma carta aberta, publicada pelo jornal The Guardian, dirigida à estação televisiva BBC, pedindo que pressione a organização da Eurovisão para que não realize o evento deste ano em Israel.

“A Eurovisão pode ser entretenimento ligeiro”, escrevem os artistas, “mas não está isenta de considerações sobre direitos humanos – e não podemos ignorar as violações sistemáticas, por parte de Israel, aos direitos humanos palestinianos”.

Israel é o país anfitrião da competição musical europeia, depois de a israelita Netta Barziliali ter vencido a última edição, em Portugal, com a canção “Toy”.

As semifinais do concurso estão marcadas para 14 e 16 de maio e a cerimónia da final para o dia 18 do mesmo mês.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu quis realizar a competição em Jerusalém, mas a organização preferiu escolher Tel Aviv, tendo em conta a disputa entre israelistas e palestinianos sobre a cidade de Jerusalém.

“A União Europeia de Radiodifusão escolheu Tel Aviv em vez da ocupada Jerusalém – mas isto não faz nada para proteger os palestinianos do roubo de terras, despejos, tiroteios, espancamentos e muito mais pelas forças de segurança de Israel”, afirmam os artistas na carta aberta.

Os artistas apelam à BBC que aja de acordo com os seus princípios e pressione a organização para que a Eurovisão seja transferida “para um país onde não estejam a ser cometidos crimes contra a liberdade de expressão”.

Um porta-voz da BBC disse ao The Independent que vai manter a transmissão do evento, afirmando que este “não é um evento político e não inclui qualquer mensagem ou campanha política”.

“O país anfitrião é determinado pelas regras do concurso, não pela BBC”, diz a estação britânica.

Em junho do ano passado, diversas organizações culturais palestinianas apelaram ao boicote ao concurso, sublinhando que "o regime israelita de ocupação militar, colonialismo e apartheid está descaradamente a usar a Eurovisão como parte da sua estratégia oficial ‘Brand Israel’, que tenta mostrar "a face mais bonita de Israel’ para branquear e desviar a atenção dos seus crimes de guerra contra os palestinianos”.

Em setembro, mais de uma centena de artistas de todo o mundo, incluindo de Portugal, manifestaram apoio a esse apelo.

Esta semana, mais de 60 organizações, a maioria de defesa dos direitos LGBTQIA [Lésbica, Gay, Bisexual, Transgénero, Queer, Intersexo, Assexual], de vários países, Portugal incluído, apelaram aos membros daquela comunidade para que boicotem este ano o Festival Eurovisão da Canção, caso este se realize mesmo em Israel.

“Tal como na luta contra o Apartheid na África do Sul, só através de uma efetiva e sustentada pressão internacional Israel será compelido a cumprir as suas obrigações perante o direito internacional e a respeitar os Direitos Humanos dos palestinianos”, defendem as organizações.

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  • André
    01 fev, 2019 Portugal 10:24
    assim se veêm os verdadeiros fascistas que não aceitam a vitórias dos outros e querem ignorar as regras do jogo. Quem ganhou o festival foi uma israelita, não foi mais ninguém! Aceitem, fascistas de esquerda!
  • JOAQUIM SANTOS
    30 jan, 2019 TOJAL 23:55
    Atacar Israel, na defesa de palestinianos, apenas é uma forma de esconder uma verdade, ofender o Deus Vivo de Israel e dos cristãos. O resto é poeira lançada aos olhos de ambos.

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