12 nov, 2024 - 00:20 • Vasco Bertrand Franco , com redação
O policiamento foi reforçado na parte portuguesa dos Caminhos de Santiago depois de vários casos de assédio nos últimos anos.
O jornal britânico “The Guardian” publicou esta segunda-feira uma reportagem em que dá conta de que várias peregrinas foram vítimas de assédio sexual em Espanha e em França. O caminho português não é exceção.
A Renascença apurou junto de fonte da GNR que há registo de seis crimes desde 2022, incluindo dois por assédio e há um suspeito identificado.
Em declarações à Renascença, a presidente da Federação Portuguesa dos Caminhos de Santiago, Ana Rita Dias, mostra-se preocupada com os casos de assédio denunciados por peregrinas.
“Olho com alguma preocupação. Se há algum tempo se falava apenas destas situações no caminho francês, que é mais massificado e tem mais pessoas, estender-se agora a Portugal e Espanha acaba por ser uma situação de alerta.”
Operação visa contribuir para a maior segurança e (...)
A presidente da Federação Portuguesa dos Caminhos de Santiago diz que nos últimos anos já foram feitas várias campanhas de sensibilização.
“Há cerca de dois anos já tivemos uma primeira ação de sensibilização com o senhor comandante de Viana do Castelo no sentido de começarmos a trabalhar a segurança no Caminho, não só nesta questão do assédio de mulheres, que é preocupante, mas de assaltos que alguns peregrinos foram relatando. Neste momento, também estamos a preparar outra ação de sensibilização com outros comandos.”
Ana Rita Dias garante que há mais policiamento ao longo do caminho português para dar mais segurança aos peregrinos rumo a Santiago de Compostela. O objetivo das ações de sensibilização é garantir que existe informação sobre o percurso do peregrino, nomeadamente se ainda está no caminho ou se já chegou ao albergue, além de “informações sobre quais são os meios de comunicação caso sinta alguma situação de perigo”.
Um número recorde de 446 mil peregrinos percorreu os Caminhos de Santiago durante o ano de 2023, segundo dados do Governo da Galiza. Deste quase meio milhão de pessoas, 53% são mulheres e muitas fazem o percurso sozinhas.