12 nov, 2024 - 10:34 • Daniela Espírito Santo , Ana Catarina André
O Patriarcado de Lisboa publicou, esta terça-feira, uma nota de pesar pela morte de Fernando Magalhães Crespo, presidente emérito do Grupo Renascença Multimédia. Na mensagem, D. Rui Valério apresenta "os mais sinceros sentimentos" à família do engenheiro e ao Grupo Renascença pelo falecimento "daquele que foi sempre um sinal dos valores cristãos na vida pública".
"Pautou a sua ação por uma defesa incansável da liberdade de expressão e da presença pública da Igreja Católica na sociedade e na cultura", começa por dizer o Patriarca de Lisboa, salientando que, "ao mesmo tempo", e na condução dos destinos do Grupo Renascença, "soube ser inovador e colocar sempre os interesses da comunicação na linha da frente do que se fazia em Portugal".
"A sua nomeação, em 2005, como presidente emérito do Grupo Renascença, pelo Cardeal-Patriarca D. José Policarpo, foi uma manifestação pública da gratidão da Igreja de Lisboa por todo o seu empenho, esforço e envolvimento na defesa dos valores da liberdade da Igreja", lê-se na nota de "pública homenagem de gratidão pelo legado" do "senhor engenheiro", em que D. Rui Valério "eleva a Deus uma súplica, pedindo que seja recompensado por todos os seus esforços ao serviço do Evangelho".
Magalhães Crespo foi uma figura central na evolução e resistência do grupo de comunicação social da Igreja, em particular no período em que as instalações da emissora católica no Chiado estiveram ocupadas por forças da extrema esquerda e pelos militares do COPCON, entre julho de 1974 e dezembro de 1975.
Em entrevista à Renascença em 2018, Magalhães Crespo lembrou o período do Processo Revolucionário em Curso (PREC) como um período “caótico”.
Morreu ao início da madrugada desta terça-feira. Tinha 94 anos.