08 nov, 2024 - 12:05 • Olímpia Mairos
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) acaba de lançar uma campanha urgente de solidariedade para com os cristãos do Burquina Faso, alvos dos grupos armados jihadistas que praticamente já controlam metade do país.
“Não podemos ficar indiferentes a tanto sofrimento”, diz Catarina Bettencourt, diretora do secretariado nacional da fundação pontifícia.
A campanha visa ajudar diretamente as famílias e apoiar também a Igreja local que tenta socorrer, como pode, a comunidade cristã e todas as vítimas da violência jihadista.
Na carta que está a chegar às casas dos benfeitores da AIS, a responsável escreve que além da guerra que persiste na Ucrânia, na Faixa de Gaza e, agora também no Líbano “há muitas guerras esquecidas”.
“Infelizmente, muitos desses conflitos são ignorados. Acontecem quase em silêncio, longe dos holofotes da imprensa, da rádio e da televisão. Um desses países é o Burquina Faso”, alerta.
Segundo a AIS, a insegurança tem crescido de dia para dia naquele país, levando à fuga de mais de 2 milhões de pessoas que se têm vindo a refugiar em campos de deslocados internos.
“Estes campos tornaram-se o retrato mais cruel do sofrimento e da desolação deste povo que, há anos, luta diariamente pela sua sobrevivência”, sublinha Catarina Martins de Bettencourt.
Na carta, a responsável da Fundação AIS em Portugal classifica a situação naquele país como “desesperante”.
“A cada novo ataque, o impacto sobre a população civil é avassalador: mortes, violações e até crianças são recrutadas como soldados. Não podemos ficar indiferentes a tanto sofrimento. As histórias que nos chegam deste país são de partir o coração”, assinala.
Para a promoção da campanha da Fundação AIS, designada “Burquina Fasso – Cruz dolorosa”, foi editado uma pequena revista em que relatam histórias e testemunhos de cristãos que têm sofrido na pele a violência terrorista neste país africano.
É o caso de Robert Sawadogo, um cristão que, com a esposa e o filho pequeno, conseguiu escapar de motorizada com apenas um saco de com meia dúzia de coisas à chegada dos terroristas à sua aldeia.
“Agora, esta família enfrenta um futuro incerto, marcado pela tristeza e pelo desespero”, diz Catarina Bettencourt, lembrando que os três estão agora de mãos completamente vazias, dependendo da ajuda que possam, ou não, receber.