31 out, 2024 - 13:11 • Aura Miguel
“Sonho com a comunicação de coração a coração”, disse na manhã desta quinta-feira o Santo Padre aos participantes da Assembleia Plenária do Dicastério para a Comunicação. “Deixem-se envolver naquilo que é humano e deixem-se ferir pelos dramas vividos por tantos dos nossos irmãos e irmãs”.
Neste contexto, Francisco convidou-os a ousar e a arriscar mais, com honestidade e paixão.
“Sonho com uma comunicação que saiba ir além dos slogans e manter o foco nos pobres, nos últimos, nos migrantes e nas vítimas da guerra”, afirmou. ”A comunicação deve promover a inclusão, o diálogo e a busca pela paz e, sobretudo, contar os testemunhos de paz em todas as partes do mundo”.
Os comunicadores da Igreja são chamados a “construir pontes, quando tantos constroem muros, os muros das ideologias; a de promover a comunhão, quando tantos fomentam a divisão; a de se envolver nos dramas do nosso tempo, quando muitos preferem a indiferença”. Francisco pediu para se combater cultura da indiferença e a do “lavar as mãos”, que leva muitos a dizer “não tenho nada com isso, eles que se arranjem”. Ora, “isso dói muito!”, lamentou.
O Papa também precisa de ajuda para dar a conhecer ao mundo o Coração de Jesus, através da compaixão por esta terra ferida. “Ajudem-me, com a comunicação, a garantir que o mundo, «que sobrevive entre as guerras, os desequilíbrios socioeconómicos, o consumismo e o uso anti-humano da tecnologia, possa recuperar o que há de mais importante e necessário: o coração» (Dilexit nos, 31). Ajudem-me na comunicação que é instrumento de comunhão”, insistiu.
E, apesar do mundo sofrer uma violência terrível, os cristãos devem saber olhar para as muitas chamas da esperança, para as muitas pequenas e grandes histórias de bem”, disse Francisco. “Temos certeza de que o mal não vencerá, porque é Deus quem guia a história e salva as nossas vidas”.
Por fim, o Papa pediu aos comunicadores da Igreja um pouco mais de disciplina financeira. “Deveis encontrar uma forma de poupar mais e procurar outros fundos, porque a Santa Sé não pode continuar a ajudar-vos como está agora”, afirmou.