27 set, 2024 - 05:41
O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, D. Nuno Brás, advertiu na quinta-feira, em Fátima, para a falta de “efetiva liberdade de opinião”.
“Com a Inteligência Artificial no estádio em que a temos, vários problemas de padronização do jornalismo se apresentam. "Tenho muitas dúvidas que tenhamos efectiva liberdade de opinião no mundo liberal de hoje e basta ver como todos os telejornais são desgraçadamente iguais”, disse D. Nuno Brás, na abertura das Jornadas Nacionais de Comunicação Social (JNCS), que têm como tema “Jornalismo e Inteligência Artificial (IA)”.
O também bispo do Funchal entende que com a IA existe "o risco de andarmos felizes e contentes dominados por um 'big brother' que nos faz escravos”, mas “não podemos passar sem ela porque ela nos dá um conjunto de possibilidades espantosas que também podem tornar a nossa vida mais humana”.
Para D. Nuno, o desafio que se coloca centra-se na ética: "O grande problema da Inteligência Artificial é uma questão ética porque ela coloca, em primeiro lugar e de forma muito evidente, a grande questão da liberdade."
“Até que ponto a IA constitui uma forma de domínio coletivo, por meia dúzia de entidades responsáveis? Porque a IA faz escolhas e não é responsável pelas suas escolhas. É fruto de um conjunto de escolhas de quem a programou”, assinalou, em jeito de provocação.
Na abertura dos trabalhis, a diretora do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja, Por sua vez, Isabel Figueiredo, pediu aos participantes para não se esquecerem de manter “na agenda mediática” os incêndios que afetaram recentemente o norte e centro de Portugal, as guerras, “em especial a Terra Santa, que nos diz tanto, e na Ucrânia”.
As JNCS incluem esta sexta-feira uma homenagem ao padre António Rego, por ocasião dos 60 anos de ordenação sacerdotal.
D. Nuno Brás disse que António Rego “foi uma espécie de pai destas coisas todas: pai desta presença da Igreja neste mundo da comunicação social”.
“Era aquela figura que todos nós habituamos a ter nestes encontros”, sublinhou o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.