19 set, 2024 - 11:55 • Henrique Cunha
O bispo de Lamego, D. António Couto, publicou uma nota sobre os incêndios que afetam a região intitulada “Não podemos ficar quietos, tranquilos e calados”.
Na mensagem de cinco pontos, o bispo de Lamego assume pretender lançar “um grito que se oiça em todo o lado, mas sobretudo pelos meus irmãos investidos em autoridade no meu país”, porque “esta pode ser a hora, esta é a hora de todos vermos melhor o que estamos a fazer para deixar este interior do país abandonado”.
"Quando vemos arder pessoas, casas, animais, campos, árvores, montes, tudo varrido num infindável instante pelo fogo, pelo fumo, pelo vento”, claro que “não podemos ficar quietos, tranquilos e calados”.
“Quando vemos a terra à força enviuvada, e o sol e a lua, nossos irmãos, vestidos de sangue carregado, não podemos fechar os olhos e as mãos, as entranhas e o coração. Quando ouvimos os gritos angustiados de tantos de nós que veem os seus bens arrebatados pelas chamas e o futuro ali à sua frente trucidado, não podemos apagar a dor que nos sufoca e continuar a dormir um sono sossegado”, assinala.
O bispo valoriza o trabalho dos "exaustos bombeiros cujos braços são iguais aos meus, e que continuam a travar uma luta desigual com mil fogos desregrados”. “Louvemo-los, mas sobretudo ajudemo-los e imitemo-los. Obrigado, soldados da paz”.
D. António Couto deixa palavras de ânimo para os que “continuam a sofrer desamparados” e refere que também já esteve “no meio de fumos e fogos cruzados sem saber bem o que fazer”. “Fez Deus por mim e comigo. Sei-o bem”, reforça.
No quarto ponto da sua mensagem, o bispo de Lamego afirma que “esta pode ser a hora, esta é a hora de todos vermos melhor o que estamos a fazer para deixar este interior do país abandonado”. Esta é a hora, esta pode ser a hora de todos prestarmos a devida atenção a este belo chão que Deus nos deu. Esta tem de ser a hora de usar a razão e o coração”, defende.