18 set, 2024 - 09:43 • Aura Miguel
O Papa dedicou a catequese desta quarta-feira à recente viagem apostólica que realizou à Ásia e à Oceania, onde há “uma Igreja que cresce por atração”.
Francisco reconheceu que a Igreja por cá ainda é “demasiado eurocêntrica-ocidental”, em contraposição com a realidade da Igreja que encontrou, definindo-a como “muito maior e mais viva”.
O Santo Padre considera que há muito para se aprender com os países visitados, no que se refere à convivência pacífica entre as religiões.
A sua experiência na Indonésia, atesta como “a fraternidade é a resposta à anti-civilização, às tramas diabólicas do ódio e da guerra”. E na Papua-Nova Guiné, a diversidade étnica, com mais de 800 línguas, é uma “circunstância ideal para o Espírito Santo ressoar a sua mensagem de Amor”.
Francisco elogiou o poder de promoção humana e social da mensagem cristã na história de Timor-Leste e valorizou o papel da Igreja no processo de independência com todo o povo, “orientando-o sempre para a paz e a reconciliação”. Papa o Papa, “isto não é uma ideologização da fé, mas sim é a fé que se torna cultura e ao mesmo tempo a ilumina, purifica, eleva”.
O Papa que, durante o voo de regresso a Roma, já tinha confessado aos jornalistas ter ficado “enamorado do povo timorense”, mostrou-se , uma vez mais, impressionado pela sua beleza. Trata-se de “um povo experimentado, mas alegre, um povo sábio no sofrimento que, não só gera muitos filhos, como os ensina a sorrir. Nunca esquecerei o sorriso daqueles crianças. E esta é uma garantia do futuro”, afirmou.
“Posso até dizer, sem exagerar, que respirei um ar de primavera”, completou.
Sobre a última etapa a viagem, Singapura, onde os cristãos são uma minoria, o Santo Padre reconheceu neles “uma Igreja viva, empenhada em gerar harmonia e fraternidade entre as diferentes etnias, culturas e religiões” Ou seja, “também na rica Singapura existem os ‘pequenos’, que seguem o Evangelho e se tornam sal e luz, testemunhas de uma esperança maior do que aquela que os ganhos económicos podem garantir”, concluiu.
No final da catequese, além de renovar os seus habituais apelos à paz, Francisco manifestou solidariedade pelas centenas de vítimas das cheias na Europa Central.