15 set, 2024 - 14:37 • Ana Catarina André
O Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, considera que “é preciso continuar a devolver esperança aos jovens” e “socorrer todos os homens e mulheres que se encontram em situação de fragilidade e emergência social”.
Na homilia da missa de encerramento do Ano Vicentino, comemoração que assinalou os 850 anos da chegada das relíquias de São Vicente a Lisboa, o bispo sublinhou, na Sé, que é necessário “ser e fazer a diferença numa sociedade que precisa de sinais fortes que mostram o rumo para um humanismo justo e gerador de justiça e caridade”.
“O que regenera um povo, uma cidade, qualquer comunidade, é a fé quando se torna ação, quando se faz gesto, quando se encarna em obras”, disse, constatando que “há tanto ainda a fazer na nossa cidade, na nossa Diocese de Lisboa”.
Descrevendo São Vicente como aquele que “continua a ser capaz de, ainda hoje, acender a luz que nos ilumina e orienta”, D. Rui Valério afirmou que o padroeiro do Patriarcado de Lisboa “não é só um excelso e digno paradigma, ele é, sobretudo, um dos fundadores do nosso perfil de ser cristão e do modo de vida na caridade desta Igreja: prático, concreto, comprometido com a opção preferencial pelos pobres”.
Na homilia, o bispo destacou também “a atualidade de Vicente (…) na aplicação do serviço à Escuta da Palavra”. “O verdadeiro discípulo de Jesus é, sobretudo, aquele que não se esconde perante o drama e o peso da cruz. Só a sua aceitação nos aproxima do Redentor”, afirmou.
De acordo com o Patriarca de Lisboa, ao longo do Ano Vicentino, não faltaram ações, gestos, obras” e “momentos de interpelação, de conhecimento, de empreendedorismo espiritual e cultural”. As comemorações que agora terminam assinalaram a chegada, a Lisboa, das relíquias do diácono e mártir São Vicente. Estas vieram para a cidade a 15 de setembro de 1173, tendo sido depositadas na Igreja de Santa Justa, e transladadas, um dia depois, para a Sé, onde permanecem até hoje.
Questionado sobre a aprovação do próximo Orçamento do Estado, D. Rui Valério disse à Renascença, no final da missa, que está “muito confiante”.
“Acredito sinceramente e faço forças para que haja um entendimento global em ordem a esse passo que é tão decisivo, seja para o presente do País, mas sobretudo para o futuro”, disse, referindo a “longa história” e a “experiência que os vários intervenientes da sociedade política têm em compreender o quão complicado era para o País um não orçamento”.
“Há compromissos também internacionais que dependem da nossa capacidade de gestão. Uma eventual reprovação [do OE] só viria complicar as coisas. Tenho visto que todos os intervenientes estão movidos de bons propósitos e, por isso, vamos aguardar”, afirma.