13 set, 2024 - 08:12 • Olímpia Mairos
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) está a desenvolver uma campanha solidária para que nenhum aluno do Líbano deixe de ter o seu cabaz escolar.
Neste sentido, está a enviar uma carta aos seus benfeitores, em Portugal, recordando como o Líbano “está profundamente doente, com o agravamento da crise económica que afeta as famílias e que está a ter um impacto demolidor também num número cada vez maior de crianças”.
A ideia é procurar que o arranque do ano escolar possa acontecer sem muitos sobressaltos, assegurando a cada criança pelo menos um cabaz escolar com o material necessário para as aulas: cadernos, esferográficas, lápis, borracha, tesoura, afia, régua, esquadro, plasticina e um tubo de cola. Além disso, cada criança vai também receber um exemplar da Bíblia.
Catarina Bettencourt, diretora da Fundação AIS em Portugal, acredita que “juntos podemos fazer a diferença”.
De acordo com a AIS, cerca de 80% da população libanesa vive já abaixo do limiar de pobreza, o que tem empurrado cada vez mais famílias para a emigração, muitas vezes arriscando viagens extremamente perigosas a bordo, por exemplo, de barcos sem quaisquer condições.
“Para os que ficam, o futuro é uma incógnita dolorosa, uma armadilha a que ninguém escapa. Nem as crianças”, assinala, em comunicado.
Este é o terceiro ano consecutivo em que a Fundação AIS pede aos seus benfeitores e amigos em Portugal o apoio para as crianças libanesas.
“Acredito que os nossos queridos benfeitores vão dar, uma vez mais, uma resposta positiva”, diz Catarina Bettencourt.
Para a responsável pelo secretariado nacional da fundação pontifícia “o Líbano é um país crucial para a permanência da comunidade cristã no Médio Oriente. Uma permanência que está agora talvez mais ameaçada do que nunca”.
“Por isso, é tão importante manifestarmos a nossa solidariedade para com as famílias que insistem em ficar no país apesar de toda a pobreza e apesar até do risco de uma guerra poder vir a deflagrar na região”, acrescenta a responsável.
Catarina Bettencourt considera que “num país onde falta tudo, desde a eletricidade ao combustível, passando pelos medicamentos, e onde até já começa a faltar o próprio pão na mesa, tem de haver ainda espaço para a esperança”.
“É preciso dar esperança às crianças, é preciso ajudá-las a construir o futuro e isso começa nos bancos da escola. Por isso, esta campanha da Fundação AIS é tão importante. Todos somos chamados a ajudar as famílias cristãs do Líbano. Juntos podemos fazer a diferença”, insiste.
Segundo a AIS, a campanha “1 cabaz escolar = 1 sorriso”, permite entregar um cabaz escolar a cada uma das 26.884 crianças que frequentam 87 escolas cristãs do Líbano.
“Com apenas 33 euros é possível oferecer três cabazes escolares, o que significa três crianças a sorrir. Sorrisos que dependem agora de nós, pois este projeto é financiado exclusivamente pelos benfeitores e amigos da Fundação AIS em Portugal”, conclui.