06 set, 2024 - 17:47 • Pedro Mesquita
A três dias da chegada do Papa a Timor-Leste, o líder da Fretilin e antigo primeiro-ministro sublinha que a religião católica é um elemento que fortalece a unidade nacional. Em entrevista à Renascença, Mari Alkatiri diz que Francisco é o Papa da "salvação da humanidade", e que a sua visita é também uma bênção para a própria Fretilin.
Este “é o Papa da fraternidade, da salvação da humanidade, no seu todo”, diz Mari Alkatiri, antigo primeiro-ministro e parte da reduzida minoria da população - 1,7%, segundo dados de 2016 - que não é católica.
Mari Alkatiri é muçulmano, um dos fundadores da Fretilin - o movimento revolucionário que lutou pela independência de Timor-Leste até 1998 -, e foi primeiro-ministro duas vezes, entre 2002-2006 e 2017-2018.
"Todos sabem que eu não sou católico, mas sou um grande seguidor dos pensamentos do Papa, e esse país é um país maioritariamente católico. Por isso mesmo, uma visita do Santo Padre é sempre bem-vinda, mas não é só isso. A questão é que o Santo Padre é Papa para a salvação da humanidade no seu todo. Não está só a fazer uma política concentrando a sua atenção salvando os católicos... Também, mas ele pensa mais longe, ele é o Papa da fraternidade humana", sublinha Alkatiri.
O líder da Fretilin diz à Renascença que não deixará de assistir à missa presidida pelo Papa, em Taci Tolo…e há até uma coincidência temporal que Mari Alkatiri classifica como uma bênção.
"O dia da partida dele coincide com o dia dos 50 anos da Fretilin, é uma bênção para a própria Fretilin. Eu vim de uma maioria religiosa mas, se eu fui ... como líder deste partido também maioritariamente católico, eu sinto que realmente a religião católica não é só religião, é um elemento de unidade nacional
Faltam agora 3 dias para a chegada do Papa a Timor-Leste.