01 set, 2024 - 12:20 • Aura Miguel
O Papa reafirmou esta manhã, no final do Angelus, a sua preocupação pelo conflito entre a Palestina e Israel que corre o risco de se alargar a várias cidades palestinianas. “Faço um apelo para que não parem as negociações e que haja um cessar-fogo imediato, que se libertem os reféns e se socorra a população em Gaza, onde se estão a alastrar tantas doenças, incluindo a poliomielite”, disse. “Que haja paz na Terra Santa, que haja paz em Jerusalém. Que a Cidade Santa seja um lugar de encontro, onde os cristãos, os judeus e os muçulmanos se sintam respeitados e acolhidos. E que ninguém ponha em discussão o “Status Quo” nos respetivos lugares santos”, pediu o Santo Padre.
A propósito do Dia mundial de oração pelo cuidado da Criação que hoje se assinala, Francisco desejou a todos, um empenhamento reforçado pela Casa comum. "O grito da terra ferida está a tornar-se cada vez mais alarmante e requer uma ação decisiva e inadiável”, afirmou.
Nas reflexões antes da recitação do Angelus, Francisco alertou para certos comportamentos contrários à caridade, “que ferem a alma e fecham o coração”. A propósito do Evangelho de hoje, sobre a falsidade dos escribas e fariseus, o Papa disse que “não se pode sair da Santa Missa e, já no adro da igreja, parar para fazer comentários malévolos e desprovidos de misericórdia sobre tudo e sobre todos”. Francisco acrescentou ainda outros exemplos, como “mostrar-se piedosos na oração, mas depois em casa tratar com frieza e distância os próprios familiares, ou negligenciar os pais idosos, que precisam de ajuda e companhia”. Ou ainda, “ser aparentemente muito correto com todos e talvez mesmo fazendo um pouco de voluntariado, mas depois, por dentro, cultivando o ódio pelos outros, desprezando os pobres e os últimos ou comportando-se desonestamente no próprio trabalho”.
Neste contexto, "a relação com Deus fica reduzida a gestos externos, e internamente permanecemos impermeáveis à ação purificadora da sua graça, entregando-nos a pensamentos, mensagens e comportamentos desprovidos de amor”, concluiu o Papa, que aproveitou para lançar um convite a todos: “Perguntemo-nos então, vivo a minha fé de forma coerente? Com os sentimentos, com as palavras e com as obras, concretizo na proximidade e no respeito aos meus irmãos o que digo na oração?”
Antes de se despedir dos fiéis na Praça de São Pedro, o Papa pediu orações pela sua 45ª viagem apostólica que tem início amanhã e que inclui 4 países da Ásia e Oceania: Indonésia, Papua Nova-Guiné, Timor Leste e Singapura.