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Ao fim de 12 séculos, identificados restos mortais do bispo que fundou o Caminho de Santiago

13 ago, 2024 - 16:51 • Fábio Monteiro

Revelação tem por base um artigo científico, publicado esta terça-feira, na revista "Antiquity", da autoria do arqueólogo Patxi Pérez-Ramallo.

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Foram identificados os restos mortais, em Espanha, do bispo Teodomiro, o principal responsável pela criação da peregrinação – com mais de doze séculos - do Caminho de Santiago, avança o “El País” esta terça-feira.

A notícia tem por base um artigo científico, publicado também esta terça-feira, na revista "Antiquity", da autoria do arqueólogo Patxi Pérez-Ramallo.

Pérez-Ramallo aplicou diferentes métodos - análise óssea, datação por carbono, análise de isótopos estáveis e testes de ADN – para chegar à conclusão.

Ao “El País”, garantiu que havia “98% de probabilidade de se tratar de Teodomiro”.

De acordo com a tradição religiosa, Teodomiro terá descoberto o túmulo do apóstolo Santiago entre 820 e 830 d.C., na sequência de uma revelação divina, na atual cidade de Santiago de Compostela, na Galiza.

Então, a notícia chegou ao rei Afonso II da região vizinha das Astúrias, que marchou com a sua corte de Oviedo para Santiago.

A peregrinação real de 146 quilómetros estabeleceu o que é hoje conhecido como "Caminho Primitivo", o caminho mais antigo utilizado pelos peregrinos do Caminho de Santiago.

Durante séculos, a existência de Teodomiro foi muito debatida. Apenas em 1955 o arqueólogo espanhol Manuel Chamoso Lamas descobriu uma lápide por baixo da catedral de Santiago de Compostela com o nome de Teodomiro inscrito.

Na época, um primeiro estudo sobre as ossadas concluiu que provavelmente pertenciam a um homem adulto idoso. Três décadas mais tarde uma nova avaliação baseada em fotografias do local disse que pertenciam a uma mulher com idades compreendidas entre os 50 e os 70 anos.

O mais recente estudo, liderado por Patxi Perez-Ramallo, todavia, chegou a uma conclusão muito diferente.

A datação por carbono-14 revelou que as ossadas encontradas em 1955 são de alguém que morreu depois dos 45 anos de idade, que tinha uma constituição fraca e que realizou pouco trabalho físico durante a vida, algo consistente com o estilo de vida do alto clero à data.

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