08 ago, 2024 - 11:00 • Olímpia Mairos
A Igreja de Santa Maria Mãe da Igreja, em Macedo de Cavaleiros, acolhe, no dia 15 de agosto, às 16h00, a Sessão de Abertura do Inquérito Diocesano da Causa de beatificação e canonização da Serva de Deus Irmã Maria de São João Evangelista.
De acordo com a informação enviada à Renascença, a sessão será presidida pelo bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida.
“Depois da invocação do Espírito Santo, através do canto Veni Creator Spiritus, seguir-se-á a leitura dos documentos preliminares, entre eles o Decreto de nomeação do Postulador, o Libelo de Demanda – documento em que o Postulador pede ao bispo diocesano que faça a instrução da Causa –, a declaração favorável dos bispos portugueses para a abertura da Causa, a carta da Santa Sé com o ‘nada obsta’, o Decreto de aceitação do Libelo e a nomeação dos Oficiais do Inquérito e, finalmente, o Decreto de nomeação da Comissão Histórica”, lê-se na nota.
Os diversos intervenientes no processo prestarão o seu juramento e o bispo conclui com uma palavra final.
Recorde-se que a Santa Sé autorizou a abertura do processo de beatificação e canonização da irmã Maria de São João Evangelista, fundadora das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado. A notícia foi conhecida no decorrer do V Congresso Eucarístico Nacional, em Braga.
Na altura, D. Nuno Almeida partilhou com os congressistas a resposta do Dicastério das Causas dos Santos ao pedido feito pela diocese e a boa nova foi saudada com uma salva de palmas.
“Analisada a questão, apraz-me certificar vossa excelência de que da parte da Santa Sé nada obsta a que se possa abrir a causa de beatificação e canonização da referida Serva de Deus, cumpridas as normas a observar nos inquéritos a fazer, publicadas por este dicastério”, lê-se na carta.
A sessão solene de abertura da causa de beatificaç(...)
Alzira da Conceição Sobrinho, nome de batismo da irmã Maria de São João Evangelista, nasceu em Pereira, Mirandela, a 4 de abril de 1888, e faleceu em Chacim, Macedo de Cavaleiros, a 10 de junho de 1982, no Dia do Corpo de Deus, sendo sepultada em Pereira.
De acordo com a nota divulgada pela diocese e pela congregação, a vida de Alzira Sobrinho “ficou marcada por um intenso amor a Jesus Eucaristia que se manifestou ao longo dos anos, através de diversos acontecimentos místicos cuja base é uma união contínua a Jesus Eucaristia”.
“Em 1916, Jesus pede a fundação de uma ordem de Vítimas Consagradas ao Amor do Santíssimo Sacramento. Em Pereira, vai-se formando um núcleo de devoção eucarística e uma obra de apoio a meninas carenciadas. Em 1950 funda-se a Congregação das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado onde Alzira entrará como religiosa, assumindo o nome de Irmã Maria de São João Evangelista”, diz a nota.
Mirandela
D. José Cordeiro, bispo da Diocese de Bragança-Mir(...)
A religiosa “com fama de santidade desde muito nova, conhecida pelo seu amor à Eucaristia e dedicação ao próximo”, foi sempre muito procurada por muitas pessoas com pedidos de conselhos ou orações.
“A sua vida de oração marcou indelevelmente as suas Irmãs em religião”, assinala-se.
Com a abertura do processo beatificação e canonização inicia-se um percurso de averiguação da marca do Evangelho na vida da Irmã Maria de São João que, segundo a congregação, “a si mesma deixou este desafio: ‘Meu Deus, conheces de perto como desejo ser uma grande santa; simples, unicamente, para tua honra e glória e atrair a ti, especialmente ao teu adorável Sacramento da Eucaristia, os corações de todos, todos os homens!’”.
“Esta é realmente a síntese da sua missão: ‘atrair à Eucaristia o coração de todos, todos’”, conclui a nota.
Para se ser considerado Santo na Igreja católica, é preciso passar por três etapas: primeiro, a confirmação das “virtudes heróicas”; depois a beatificação e finalmente a canonização, sendo que as duas últimas exigem a comprovação de um milagre.
A congregação das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado foi ereta canonicamente a 15 de agosto de 1950, por D. Abílio Augusto Vaz das Neves, bispo da Diocese de Bragança-Miranda, e em 1 de novembro de 1991 foi reconhecida como Instituto de Direito Pontifício.