16 jul, 2024 - 19:52 • Ecclesia
O bispo de Setúbal, D. Américo Aguiar, escreveu uma carta pastoral, a propósito das comemorações do Jubileu dos 50 anos da diocese, que hoje se iniciam, fazendo “memória agradecida” e olhando para o futuro.
Com o título ‘Igreja de Setúbal, és peregrina da esperança’, a mensagem começa com a recordação de alguns acontecimentos na origem da diocese, nomeadamente a bula de criação ‘Studentes Nos’, do Papa Paulo VI, a nomeação do primeiro bispo, D. Manuel da Silva Martins, ou a confirmação de Santa Maria da Graça como padroeira.
D. Américo Aguiar evoca, no 49.ºaniversário da Diocese de Setúbal, o ministério episcopal de D. Manuel Martins, primeiro bispo sadino, que “marca de uma forma única a vida da Igreja em Portugal, pelo reconhecimento unânime da sua determinação em denunciar a pobreza e as injustiças sociais que, ao tempo, eram uma duríssima realidade nesta Diocese que lhe tinha sido confiada e que cuidou e amou até ao fim”.
O cardeal lembra também D. Gilberto dos Reis, sucessor de D. Manuel Martins, cujo ministério “ficou especialmente marcado, em primeiro lugar, pela integração do Santuário de Cristo Rei e do Seminário de Almada na Diocese de Setúbal e pelo Jubileu do ano 2000, durante o qual a Diocese celebrou o seu jubileu de prata”.
Por sua vez, “o ministério episcopal de D. José Ornelas (2015-2022) caraterizou-se pelo estímulo dado à dimensão sinodal da Igreja, concretizada na preparação do sínodo diocesano por ocasião do jubileu de ouro da Diocese de Setúbal e em comunhão com o sínodo e o jubileu da Igreja universal (2024-2025)”, destaca D. Américo Aguiar.
Quanto ao Jubileu diocesano, que se inicia hoje e termina em dezembro de 2025, D. Américo Aguiar realça que a primeira das atividades da diocese de Setúbal vai ser “a abertura do Jubileu Diocesano nas igrejas jubilares”.
“Abrir e viver o Jubileu Diocesano para, mediante a Indulgência Plenária, enquanto peregrinos e com um verdadeiro desejo de conversão, receber as graças divinas e destruir o pecado que nos impede de amar a Deus e aos irmãos”, afirma.
O cardeal deseja que todos possam receber as graças do jubileu diocesano peregrinando a quatro locais – Real Santuário de Nossa Senhora da Atalaia, Santuário de Cristo Rei, Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel e à Igreja Catedral de Santa Maria da Graça – um convite que reforça numa mensagem hoje divulgada.
“Cada um com os meios que dispõe, poderá peregrinar a estas quatro igrejas, ao longo do ano, sendo portadores de um ‘passaporte de peregrino’ com uma breve explicação dos locais e com as graças que o Papa Francisco concedeu à igreja de Setúbal com a indulgência Plenária”, explica o bispo.
A Diocese de Setúbal dá conta que os idosos, doentes e todos aqueles cuja condição não lhes permita fazer esta peregrinação às igrejas jubilares, vão poder também alcançar a indulgência plenária se se arrependerem dos seus pecados e tiverem intenção de, assim que possível, realizar essa peregrinação, unindo-se espiritualmente ao Jubileu, às celebrações ou às peregrinações, oferecendo as suas orações e dores a Deus que é cheio de misericórdia.
Na mensagem, o bispo de Setúbal fala também no mapa das paróquias da diocese, “que são a marca no presente das escolhas do passado, mas que podem já não se adequar à realidade” da diocese, em que mais de um quarto dos “praticantes veio do estrangeiro e 80 por cento do total” vieram habitar para o território nos últimos 50 anos.
D. Américo Aguiar esclarece que constituiu uma equipa técnica para “ajudar com as suas propostas e análises a traçar eventuais novos rumos”: “os desafios estão aí e a prevista construção de grandes infraestruturas promete novas alterações, enriquecendo o tecido social e territorial entre o Tejo e o Sado, pelo que urge sermos proativos neste futuro que se avizinha”.
No final da mensagem, o cardeal frisa que a celebração do Jubileu Diocesano pede “a todos muito mais do que uma experiência de saudade”.
“Sempre acompanhados pela Vossa Mãe, seguindo o exemplo do Seu ‘sim’, desejo que a nossa Diocese de Setúbal, unida à Igreja Universal e ao Santo Padre, seja garantia da unidade e da fidelidade à fé que recebemos e queremos transmitir. E que possa continuar a peregrinar ‘esperando a Vossa vinda gloriosa’”, concluiu.