06 jun, 2023 - 14:17 • Ângela Roque com Redação
Não há um plano B para a visita de Francisco a Portugal, a propósito do estado de saúde do Papa, assegura o presidente da Fundação Jornada Mundial de Juventude (JMJ).
Na apresentação pública do programa para a JMJ Lisboa 2023, esta terça-feira, D. Américo Aguiar tranquilizou os jornalistas sobre o estado de saúde do Papa, que se deslocou, esta manhã, a um hospital em Roma, para fazer exames médicos.
"O Santo Padre, decorrendo da situação clínica dos últimos tempos, foi fazer análises. Não tenho informação suplementar, apenas de normalidade dos exames que foi fazer", sublinhou o bispo auxiliar.
Francisco deixou o hospital de carro, às 11h20, e entrou no Vaticano pelo portão Perugino, às 11h40. Recorde-se que no fim de março último, o Papa esteve hospitalizado devido a uma infeção respiratória, mas a deslocação de hoje terá sido mera rotina.
D. Américo salientou que o Papa "é um querido avô", pelo que requer "cuidados e acompanhamento". Por isso, sobre uma hipotética impossibilidade de vir a estar presente na JMJ, o bispo auxiliar de Lisboa salientou que "não há plano B". "O nosso único plano é F, de Francisco", sublinhou.
Durante a apresentação do programa para a JMJ, D. Américo Aguiar também revelou que o Papa vai encontrar-se com as vítimas de abusos sexuais na Igreja, embora não tenha revelado quando e onde.
A JMJ Lisboa 2023 realiza-se entre 2 e 6 de agosto. Confira o plano completo para os cinco dias da visita do Papa Francisco a Portugal.
Na parte das respostas aos jornalistas, no final da apresentação do programa da visita do Papa, o bispo auxiliar de Lisboa revelou que estão em fase de “fechar os números” relativamente a vários compromissos financeiros.
Do que é responsabilidade direta da Fundação JMJ, haja muitos ou poucos peregrinos, o investimento será de “20 milhões de euros”. O resto – alimentação, por exemplo - depende, ainda, dos inscritos, porque ”uma coisa é serem 400 mil, outra 500 mil”.
“Se já tenho os 20 milhões? Não”, respondeu Américo Aguiar, que assegura que todas as contas serão dadas a conhecer. “Posso ter muitos defeitos e cometer muitos erros, mas quanto à JMJ haverá total transparência. Queremos ser exemplares e pedagógicos e os portugueses saberão das contas até ao cêntimo”, garantiu.
Até ao dia de ontem estavam inscritos na JMJ Lisboa mais de 600 mil peregrinos de 184 países, mas apenas 200 mil completaram até agora a inscrição e respetivo pagamento. D. Américo Aguiar confia que esta não será diferente de outras jornadas, em que cada peregrino levou consigo mais dois.
“O histórico da Jornada é que por casa inscrito apareçam dois ou três. A minha expectativa é que aqui possam vir 1 milhão”.
Portugueses estarão inscritos até agora apenas 20 mil jovens, mas o presidente da Fundação JMJ não estranha. “Não dá pica participar numa Jornada em Lisboa, é um problema cativar jovens do próprio país”, e isso é habitual em todas as edições.
Já de Espanha, “até à data de ontem estavam inscritos 41.335 peregrinos. Rezamos para ter informação atempada de quantos vêm, está tudo a ser trabalhado com as autoridades governamentais e da Igreja espanhola”.
“Queremos que a JMJ tenha uma marca ibérica”, sublinhou, mas não se alongou em explicações quanto às questões da segurança e controlo fronteiriço. “Não é assunto para eu falar”, afirmou. Mas garantiu que “haverá presença de forças de forças de Espanha e de ouros países”.
[notícia atualizada às 16h38 de 6 de junho de 2023]