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Papa pede liberdade a missão da Igreja na China

24 mai, 2023 - 09:41 • Aura Miguel

A situação dos católicos na China tem sofrido convulsões com sérios limites à liberdade religiosa desde a revolução cultural de Mao-Tsè Tung. No pontificado de Francisco, foi assinado um "acordo provisório" entre o Vaticano e a China que já permitiu a nomeação de alguns bispos, mas situação continua tensa.

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O Dia Mundial de Oração pela Igreja Católica na China coincide com a festa de Maria Auxílio dos cristãos, que hoje se celebra em toda a Igreja. Esta devoção é particularmente invocada no Santuário de Nossa Senhora de Sheshan, em Xangai, local que habitualmente concentra milhares de peregrinos chineses.

“Nesta ocasião, gostaria de recordar e manifestar a proximidade aos nossos irmãos e irmãs na China, partilhando as suas alegrias e as suas esperanças”, disse esta manhã o Papa. “Um pensamento especial dirijo a todos os que sofrem, pastores e fiéis, para que, na comunhão e na solidariedade da Igreja universal, possam experimentar consolação e encorajamento”.

Francisco convidou todos os fiéis “a elevarem orações a Deus para que a Boa nova de Cristo crucificado e ressuscitado possa ser anunciada na sua plenitude, beleza e liberdade, dando frutos para o bem da Igreja Católica e de toda a sociedade chinesa.”

A situação dos católicos na China tem sofrido convulsões com sérios limites à liberdade religiosa, desde a revolução cultural de Mao-Tsè Tung. Nessa altura, o regime comunista deixou de reconhecer a nomeação de bispos feita pelo Papa e obrigou os fiéis a registarem-se no partido, facto que levou à existência de uma igreja oficial, designada por Igreja católica patriótica, em contraposição com a Igreja católica clandestina que existe até aos dias de hoje.

No pontificado de Francisco, foi assinado um "acordo provisório” entre o Vaticano e a República Popular da China que já permitiu a nomeação de alguns bispos, mas a situação continua tensa e Pequim tem mantido sérias restrições à liberdade de culto dos fiéis católicos que se recusam entrar para o partido.

Padre coreano é modelo para todos

Francisco dedicou a catequese desta quarta-feira ao mártir coreano Santo André Kim Taegon. Este sacerdote, que anunciou o Evangelho há 200 anos, quando a Coreia enfrentava uma severa perseguição da fé cristã, foi hoje apontado camo exemplo de zelo apostólico.

O Papa sublinhou dois aspetos da vida deste santo. O primeiro é o modo como ele se aproximava e falava com os fiéis: tinha de os encontrar em espaços públicos, identificava-os com um sinal de reconhecimento combinado e depois com a pergunta «Tu és discípulo de Jesus?» e então, em voz baixa, anunciava-lhes algumas verdades, as mais essenciais. “Ser discípulo é isto: ser missionário e testemunha do Senhor, mesmo correndo sérios riscos de morrer por Ele”, disse o Papa. “Santo André Kim e os outros fiéis coreanos são a prova de que o testemunho do Evangelho, dado em tempo de perseguição, pode ser muito fecundo para a fé”.

O outro aspeto sublinhado por Francisco diz respeito aos seus tempos de seminarista, quando para acolher secretamente os missionários estrangeiros. O Papa recordou um episódio em que André Kim, desmaiou depois de caminhar longamente na neve, sem comer, Terá, então, escutado uma voz que lhe dizia «Levanta-te, caminha!» e André recuperou os sentidos, vislumbrando a sombra de Alguém que o guiava. “Eis uma característica importante do zelo apostólico”, concluiu o Papa: “a coragem de nos erguermos quando caímos e, apesar da hostilidade do ambiente à mensagem evangélica, contar com a presença do Senhor que nos dá força para não desistirmos de evangelizar”.

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