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​Padre acusado de seis crimes de perseguição

19 abr, 2023 - 15:42 • Ricardo Vieira

Caso remonta à altura em que o sacerdote exercia funções de diretor-geral de um colégio jesuíta em Santo Tirso.

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Um padre jesuíta, antigo diretor de um colégio em Santo Tirso, foi acusado de seis crimes de perseguição, avança a Procuradoria da República da Comarca do Porto.

Os alegados crimes remontam aos anos de 2018 e 2019, refere o Ministério Público (MP), em comunicado.

“Considerou o Ministério Público como fortemente indiciado que o arguido, para fazer valer o seu poder, decidiu afastar de qualquer forma e por todos os meios, todos aqueles que, sob a sua direção, lhe levantassem qualquer objeção, lhe desagradassem ou desobedecem em qualquer das suas exigências”, refere a PGR.

O arguido é suspeito de recorrer “de forma sistemática à humilhação, às ameaças veladas ou explícitas de procedimentos disciplinares e de despedimento, e à perseguição de várias pessoas, colaboradores das escolas e das instituições canónicas”.

De acordo com o Ministério Público, o padre “agiu contra seis ofendidos, numa postura de agressão laboral e de completo controlo sobre a atividade profissional destes, perturbando-os a todas as horas dentro e fora do horário laboral, dando ordens constantes, exigindo respostas imediatas sobre assuntos que extravasavam as suas funções, atingindo, por essa forma, a saúde física, psíquica e dignidade pessoal dos mesmos”.

Jesuítas renovam confiança no padre e na justiça

Em comunicado, a Província Portuguesa da Companhia de Jesus manifesta tristeza com o impacto que a notícia “possa causar no bem estar da comunidade educativa do Colégio das Caldinhas e em todos os envolvidos” e renova a confiança no sacerdote e na justiça.

“As queixas surgiram num contexto de um conflito laboral que se viveu no Colégio no passado, e que tem vindo a ser resolvido e ultrapassado”, refere a Companhia de Jesus.

O comunicado explica que o colégio foi visitado “várias vezes pela Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e nada ter sido apontado” e acrescenta que “três queixas de teor semelhante foram entretanto arquivadas (uma logo em 2020 e outras duas na semana passada)”.

“Tal como já afirmado em 2020, a Província Portuguesa da Companhia de Jesus renova a sua confiança na dedicação, empenho e profissionalismo do P. Filipe Martins, de novo visado nesta nova notícia do Público, e nos demais jesuítas também acusados nos processos ainda em curso. Renova igualmente a sua confiança no normal funcionamento da Justiça e aguarda com serenidade pelo final deste processo”, sublinha a Companhia de Jesus.

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